Eike Batista deverá citar Lula, Mantega e Cabral em delação à PGR

Defesa do empresário prepara arquivos para serem usados contra os políticos em possível delação à Procuradoria-Geral da República; entenda

Eike Batista está preso desde janeiro deste ano e, atualmente, cumpre pena em regime domiciliar
Foto: Reprodução/Globo News
Eike Batista está preso desde janeiro deste ano e, atualmente, cumpre pena em regime domiciliar

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Guido Mantega e o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) deverão ser citados pelo empresário Eike Batista em sua possível delação premiada, que já está sendo preparada por seus advogados.

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De acordo com Eike Batista , sua colaboração já deveria ter sido feita desde que foi preso, em janeiro, mas os procuradores da força-tarefa fluminense não ficaram muito interessados nas informações que o empresário poderia fornecer.

Agora, Eike, que se encontra em prisão domiciliar, quer tentar fechar um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). A defesa do empresário está levantando arquivos e dados de executivos e ex-funcionários de seu grupo, EBX, que sirvam de provas para o órgão.

Conforme confirmado pelo jornal Folha de São Paulo, Eike deve relatar o lobby feito por Lula em favor de sua companhia. Segundo o empresário, o ex-presidente não recebeu propina pela defesa de seus interesses.

No entanto, informações detalhadas sobre o que Eike já havia revelado à Lava Jato, em depoimento no ano passado, em Curitiba, que dizem respeito ao repasse de R$ 5 milhões ao marqueteiro João Santana utilizado no abatimento das dívidas que foram decorrentes da campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, poderão vir à tona.

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Já sobre Cabral, Eike deverá falar sobre o repasse que tornou o ex-governador do Rio de Janeiro réu na Justiça Federal do estado, confirmando a propina de US$ 16,5 milhões pagas no exterior.

Além disso, alguns favores foram feitos por parte do empresário ao político e devem ser detalhados durante o depoimento, como, por exemplo, o empréstimo de um jatinho ao peemedebista, assim como outros pedidos feitos por Cabral em troca de benefícios para  os negócios do empresário.

Resistência

Um dos motivos que justificam a resistência dos procuradores cariocas é que, na análise do Ministério Público Federal, Eike teria mentido sobre o repasse de R$ 1 milhão ao escritório da esposa de Cabral, Adriana Ancelmo.

O empresário havia informado à força-tarefa que a banca havia sido indicada pela Caixa Econômica Federal, que tinha relação com a REX por conta de uma parceria em um empreendimento imobiliário. Contudo, o banco negou a informação.

O depoimento de Eike Batista, que estava previsto para essa sexta-feira (14) deverá acontecer no dia 31, quando Cabral também falará à PGR.

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