A Justiça Federal do DF agendou para a manhã dessa quinta-feira (6) uma audiência de custódia para analisar se o ex-ministro Geddel Vieira Lima seguirá preso. Detido desde segunda-feira (3)
, o ex-articulador político do governo Temer deve comparecer pessoalmente à audiência, marcada para as 9h40 da manhã na 10ª Vara Federal, em Brasília.
O recurso que pede a liberdade do ex-chefe da Secretaria de Governo será analisado pelo próprio juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, responsável por autorizar a prisão de Geddel Vieira Lima .
O ex-ministro é acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Cui Bono, que apura irregularidades envolvendo pagamento de propina de empresas a políticos e operadores para a obtenção de investimentos da Caixa Econômica Federal. As informações que embasaram o pedido de prisão de Geddel foram prestadas pelo lobista Lúcio Funaro , pelo empresário Joesley Batista e por Francisco de Assis e Silva, diretor do grupo J&F.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Geddel entrou em contato com a esposa de Funaro no período de maio a junho deste ano para se informar acerca das intenções do lobista em fechar um acordo de colaboração premiada com a Justiça. As investigações apontam que o ex-ministro também se preocupava com uma eventual delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), que também é investigado pelo esquema.
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Prisões
Geddel foi preso na tarde de segunda-feira em Salvador e foi transferido para Brasília horas depois. Ele foi levado nessa terça-feira (4) da carceragem da Superintendência da Polícia Federal para o Complexo Penitenciário da Papuda
, onde Funaro também está preso.
Com a prisão do ex-ministro, já chega a cinco o número de presos preventivamente no âmbito das investigações acerca do esquema criminoso que agiu na Caixa Econômica Federal.
Já estão detidos os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o doleiro Lúcio Funaro e André Luiz de Souza, todos apontados como integrantes da organização criminosa.
No caso de Cunha, Alves e Funaro, já existe uma ação penal em andamento. Os três são réus no processo que apurou o pagamento de propina em decorrência da liberação de recursos do fundo de investimentos do FGTS para a construção do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Além deles, respondem à ação Alexandre Margoto e Fábio Cleto.
Geddel Vieira Lima foi ministro do governo Temer até novembro do ano passado, quando deixou a equipe ministerial após denúncia de Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura . Calero acusou Geddel de ter pedido a intervenção do chefe do MinC para autorizar um empreendimento imobiliário em Salvador.