O juiz Marcelo Bretas, da 7º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, decidiu, nesta quinta-feira (29), aceitar mais um pedido de investigação contra o ex-governador Sérgio Cabral . Com mais esta denúncia, ele se torna, pela décima segunda vez, réu pela Operação Lava Jato.
A denúncia do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ), fruto das operações Calicute e Eficiência – desdobramentos da Operação Lava Jato –, inclui também o empresário Marco Antonio de Luca e os operadores financeiros Carlos Miranda e Carlos Bezerra. Eles são acusados de crimes de corrupção envolvendo contratos de fornecimento de alimentos e prestação de serviços especializados ao governo do estado. De Luca também responde por crime de organização criminosa.
De acordo com o MPF, entre 2007 e 2016, Marco de Luca pagou R$ 16,7 milhões em propina a Cabral para obter benefícios em contratos com o governo do Rio de Janeiro. Foram registrados 82 pagamentos mensais a Miranda e a Bezerra, no valor aproximado de R$ 200 mil. Segundo a denúncia os pagamentos continuaram até a prisão de Cabral, em novembro do ano passado.
As investigações da Operação Ratatouille revelaram que as empresas Masan Serviços Especializados Ltda e Comercial Milano Brasil, ligadas a de Luca, tiveram crescimento exponencial nas contratações com o governo do Rio de Janeiro nos últimos 10 anos. O governo assinou contratos com a Masan, que totalizaram R$ 2,2 bilhões, e com a Milano, de R$ 409 milhões para fornecimentos de alimentos para escolas e presídios do estado.
Na decisão, Bretas registrou que o órgão ministerial expôs com clareza os fatos criminosos e suas circunstâncias, fazendo constar a qualificação dos denunciados e a classificação dos crimes. Caso condenados, além de serem presos, os réus deverão pagar pelo menos R$ 16,7 milhões por danos materiais e R$ 33,4 milhões danos morais coletivos.
A defesa de Sérgio Cabral informou que irá se pronunciar nos autos do processo. As defesas de Marco de Luca e dos operadores financeiros Carlos Miranda e Carlos Bezerra não foram localizadas até o fechamento da matéria.
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Na prisão
Já condenado a mais de 14 anos de prisão por decisão do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos em primeira instância na Operação Lava Jato, Cabral está preso desde novembro do ano passado por acusações de chefiar esquema criminoso envolvendo obras públicas no Rio de Janeiro durante o seu governo.
* Com informações da Agência Brasil