A denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou na noite desta segunda-feira (26) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), pelo crime de corrupção passiva, ganhou destaque na imprensa internacional.
E não é para menos. Esta é a primeira vez na história do Brasil que um presidente da República é alvo de acusação formal durante o exercício do mandato, episódio que só agrava ainda mais a crise política que se arrasta pelo País.
O francês Le Monde destacou, nesta terça-feira (27), que, horas antes da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, "Michel Temer parecia falar à Justiça" ao fazer um discurso afirmando que "nada nos destruirá" .
"Segunda-feira, 26 de junho, o presidente entrou na história do Brasil como o primeiro chefe de Estado em exercício a ser denunciado por um crime comum. Uma vergonha que poderá causar sua destituição menos de um ano depois de sua antecessora, a ex-presidente Dilma Rousseff", escreve o jornal.
Por sua vez, o italiano La Repubblica destacou em sua capa que o peemedebista foi "formalmente acusado de corrupção ". "Absolvido há apenas duas semanas da acusação de ter recebido contribuições ilegais durante a campanha eleitoral de 2014, quando se candidatou com Rousseff para guiar o país, ele foi formalmente acusado de corrupção passiva, com o agravante de suas funções de 'presidente da República'".
Já o jornal The Guardian explicou aos leitores britânicos o caso em que o presidente é acusado e a delação feita por Joesley Batista, dono da JBS. Em um texto firme, o jornal britânico afirmou que esse é um "duro golpe para um líder impopular e para a estabilidade política do maior país da América Latina".
'Nem Collor e nem Dilma'
O espanhol El País começa seu texto lembrando que Temer é o primeiro presidente "da história do Brasil a ser denunciado formalmente" por crimes de corrupção.
"Nem os dois mandatários do país que nos últimos 25 anos sofreram processos de destituição, Fernando Collor de Melo em 1992 e Dilma Rousseff em 2016, tinham passado por uma situação igual", escreveu o periódico.
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Nos Estados Unidos, o The New York Times destacou a acusação da Procuradoria-Geral e lembrou que a decisão "vem dias após uma pesquisa mostrar que sua aprovação é de 7% - a menor de qualquer outro presidente da República nos últimos 30 anos".
* Com informações da Agência Ansa.