Qualquer adolescente que já assistiu a filmes policiais ou de ação norte-americanos sabe que as identidades dos agentes da Central de Inteligência Americana (CIA) são mantidas em segredo – por isso mesmo, essas pessoas são chamadas de 'agentes secretos'.
O problema é que algum brasileiro – aparentemente, não muito familiarizado com filmes de espionagem – cometeu uma gafe internacional, divulgando o nome de um agente secreto da CIA na agenda pública de compromissos do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Westphalen Etchegoyen.
Apesar da desastrosa revelação ter sido feita no início do mês, no dia 9 de junho, o erro só foi confirmado nesta segunda-feira (19) pelo diretor para a América Latina da consultoria Eurasia Group, João Augusto Neves.
A gafe aconteceu quando, na agenda de compromissos do general Etchegoyen, constava, além de uma cerimônia militar, um encontro com "Duyane Norman - Chefe do Posto da CIA em Brasília", às 15h, no Gabinete Ministerial do GSI.
A divulgação logo foi percebida pelos jornalistas e pelos internautas que indagaram o GSI e classificaram o Brasil, nas redes sociais, como o "xis nove da CIA".
De maneira oficial, o gabinete não se pronunciou. Em resposta aos questionamentos, a entidade afirmou que Norman realizou "uma visita de cortesia ao ministro do GSI por estar retornando aos Estados Unidos após o término de sua missão no Brasil".
Gafe renderia punição nos EUA
Os agentes da CIA são responsáveis por coletar informações úteis para a política de Segurança dos Estados Unidos. Por conta disso, revelar intencionalmente o nome de um agente ou oficial da Central pode render punição, pelo menos dentro dos Estados Unidos.
Norman, como qualquer agente secreto da CIA, costumava manter-se discreto quanto às suas funções na serviço de espionagem norte-americano. Nas redes sociais, ele se apresenta como um "funcionário político" do Departamento do Estado norte-americano, função que cumpre desde 1992. Por lá, não há nenhuma menção à CIA.
Há alguns anos, o Paquistão foi responsável por uma gafe semelhante, após divulgar o nome de um agente secreto da Central que chefiava as operações no país. Na época, o jornal americano The New York Times , citando fontes do governo dos Estados Unidos, disse que a divulgação teria sido feita de maneira intensional, para minar o trabalho da CIA no Paquistão.
* Com informações da Agência Ansa.