STF manda soltar irmã e primo de Aécio e adia decisão sobre prisão do tucano

Novo recurso da defesa do senador afastado pretende levar decisão para o plenário do Supremo; Primeira Turma do STF concedeu prisão domiciliar a Andrea Neves, Fred Medeiros e Mendherson Lima, assessor de Zezé Perrella

Senador afastado Aécio Neves é acusado de ter cometido os crimes de corrupção passiva e tentativa de obstruir a Justiça
Foto: Pedro França/Agência Senado - 2.5.16
Senador afastado Aécio Neves é acusado de ter cometido os crimes de corrupção passiva e tentativa de obstruir a Justiça

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acabou por adiar a decisão acerca do pedido de prisão preventiva contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB) . O julgamento deveria ocorrer na tarde desta terça-feira (20), mas acabou adiado devido a pedido do ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo contra o tucano. O ministro justificou a medida destacando a necessidade de analisar novo recurso apresentado pela defesa de Aécio, que quer que o plenário do Supremo julgue o pedido de prisão, e não a Primeira Turma da Corte.

Esse já é o segundo pedido de prisão preventiva de  Aécio Neves  a ser julgado pelo Supremo. Na primeira ocasião, o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, decidiu apenas afastar Aécio do mandato como senador.

No julgamento iniciado às 14h desta terça-feira, os ministros da Primeira Turma do STF decidiram conceder o benefício da prisão domiciliar a Andrea Neves e Frederico Pacheco de Medeiros, irmã e primo do tucano, respectivamente. O benefício foi estendido também a Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG). 

Os três haviam sido presos no dia 18 do mês passado, no âmbito da Operação Patmos.

Leia também: Cunha consegue tirar de Moro investigação sobre tentativa de barrar Lava Jato

Prisão preventiva

O pedido de prisão preventiva de Aécio foi apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, baseado nas delações dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do grupo JBS, e de ex-executivos da rede de frigoríficos.

Janot atribui a Aécio os crimes de corrupção passiva e tentativa de obstruir a Justiça em episódios relacionados a um pedido de R$ 2 milhões feito pelo tucano a Joesley Batista a título de ajuda com os custos de sua defesa em processos da Operação Lava Jato.

Os advogados do senador confirmam que o pedido ocorreu de fato, mas que não envolveu atos ilícitos por parte do até então presidente nacional do PSDB – posto que Aécio perdeu após a divulgação das delações de mandatários da JBS. Segundo a defesa do tucano, Aécio pretendia vender um imóvel de sua família a Batista para receber os R$ 2 milhões, proposta que o próprio empresário recusou.

Leia também: Primo de Aécio devolve R$ 1,5 milhão recebido do grupo JBS

Já em relação à acusação de tentativa de obstrução à Justiça, Janot aponta "intensa atuação nos bastidores do Congresso Nacional" por parte de Aécio Neves para impedir o avanço de investigações e punição de políticos. Nesse sentido, o chefe do Ministério Público menciona esforços de Aécio para aprovar a Lei da Anistia ao Caixa Dois e a Lei de Abuso de Autoridade.