Rodrigo Maia fala em suspender recesso de julho para acolher denúncia da PGR

Com a perspectiva da Procuradoria-Geral da República entregar denúncia contra Michel Temer, Maia afirmou ser "meio óbvio" corte do recesso

Presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, afirmou que recesso pode não acontecer agora em julho
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - 11.4.17
Presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, afirmou que recesso pode não acontecer agora em julho


O presidente da Câmara dos Deputados , Rodrigo Maia (DEM) afirmou ser possível o Congresso Nacional suspender o recesso parlamentar para analisar denúncia contra o presidente Michel Temer feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Maia enfatizou que o fato justifica a suspensão do recesso na casa.

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Na entrevista Rodrigo Maia afirmou ser "meio óbvio", mas que essa decisão não depende dele como presidente da Câmara e sim do plenário. A denúncia, quando apresentada pela PGR é encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O regimento interno da Casa impõe que o colegiado faça 15 sessões para analisar o caso denunciado, sendo que 10 dessas sessões devem ocorrer para que o acusado, neste caso, Michel Temer , apresente sua defesa e outras cinco para que o relator apresente o seu parecer.

Após a votação feita pelo colegiado, a denúncia é apresentada no plenário. Todos esses processos levam, em média, 30 dias. Entretanto, a estratégia de defesa de Temer, sendo essa defesa uma recomendação do Palácio do Planalto, é que não se use as 10 sessões para apresentar a defesa do presidente.

"Minha opinião é que, se a denúncia chegar, vai tramitar na base regimental, não vamos suprimir nada até porque não pode: dez sessões para a defesa (do presidente) e cinco sessões para o relator. Vota na comissão e depois de duas sessões pode votar em plenário", afirmou ele ao Estadão.

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Segundo os líderes do governo na Câmara, existe uma forte resistência para que o recesso seja cortado no próximo mês, em julho. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), afirmou que o período de férias está mantido entre os dias 18 e 31 de julho.

Caos político

Após se livrar da cassação da chapa Dilma/Temer, que foi votada na última semana pelo Tribunal Superior Eleitoral, o presidente terá de enfrentar agora a Câmara e o Senado. Temer passou a ser investigado após o proprietário do JBS , Joesley Batista, entregar áudios em que ele mostrou-se conivente com a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunho, que atualmente está preso. Temer tem Rodrigo Maia como aliado e isso pode facilitar que um novo processo de impeachement seja vivido no País. 

*Com informações do Jornal O Estado de São Paulo (Estadão)

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