Temer marca encontro com Alckmin em SP para tentar evitar rebelião do PSDB

Presidente desembarca em São Paulo ainda hoje para falar com o governador sobre a intenção da cúpula tucana em rediscutir permanência na base aliada

Na semana passada, Geraldo Alckmin defendeu permanência do PSDB na base aliada de Michel Temer
Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Na semana passada, Geraldo Alckmin defendeu permanência do PSDB na base aliada de Michel Temer

O presidente Michel Temer decidiu vir às pressas para São Paulo nesta sexta-feira (2) para conversar com o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB) , e, assim, tentar conter movimentações tucanas em direção ao desembaque do partido da base aliada do governo.

De acordo com a equipe de assessoria da Presidência da República, Michel Temer  virá à capital paulista no fim da tarde de hoje e deve se reunir com Alckmin às 21h30 desta noite no Palácio dos Bandeirantes.

A manobra de marcar encontro com a principal liderança tucana em São Paulo se dá em resposta ao agendamento de reunião do diretório paulista do PSDB para a próxima segunda-feira (5). Os afiliados do partido no estado devem decidir na ocasião qual será o posicionamento do diretório em relação ao governo Temer, que é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e de ao menos 13 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados.

A reunião foi convocada pelo presidente estadual do partido, deputado Pedro Tobias, pelo líder da bancada federal, deputado Ricardo Trípoli, e pelo líder da bancada de deputados estaduais, deputado Roberto Massafera. 

“Não podemos assistir a tudo que está acontecendo de camarote e empurrar as decisões para depois. Precisamos definir e para isso temos o dever de ouvir nossas bases, de saber o sentimento do partido com relação a esses temas. Não é mais tempo de decisões de cúpula”, afirmou Pedro Tobias ao site oficial do partido.

A cúpula nacional do PSDB havia decidido que o partido se manteria na base aliada mesmo após a divulgação do conteúdo da delação de Joesley Batista, que culminou na maior crise atravessada até agora pelo governo Temer.

Os tucanos detém quatro cargos na equipe ministerial do peemedebista: Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy; Cidades, com Bruno Araújo; Relações Exteriores, com Aloysio Nunes; e Direitos Humanos, com Luislinda Valois.

Ontem (1º), o ministro Aloysio Nunes declarou que o PSDB "está no governo e tem consciência de seus compromissos, entre os quais apoiar as reformas em curso".  “[O PSDB], na sua linha dominante, é um partido que está no governo, que apoia o governo e que sustentará o governo”, disse o ministro em Washington (EUA), segundo reportou a Agência Brasil .

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Eleição indireta

Na semana passada, Geraldo Alckmin também demonstrou alinhado com a ideia de permanecer na base aliada de Temer. O governador paulista também disse que não se disponibilizaria a participar de uma eleição indireta para o caso de Michel Temer ter o mandato cassado. "Nós não temos nenhuma decisão de fazer nenhuma medida nesse momento. Agora, apoiar o governo é apoiar o Brasil. Mas já quero antecipar que, nessa hipótese, eu não sou candidato a nenhuma eleição indireta. Os dois grandes nomes do PSDB são o presidente Fernando Henrique [Cardoso] e o Tasso Jereissati", afirmou o governador.

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