Michel Temer reúne base aliada para retomar votações no Congresso

Segundo deputados que estiveram presentes na reunião, Temer reuniu no Palácio da Alvorada os líderes das legendas aliadas para retomar atividades

Temer quer retomar votações prioritárias, como a reforma da Previdência
Foto: Marcos Corrêa/PR - 15.05.2017
Temer quer retomar votações prioritárias, como a reforma da Previdência

Em meio à crise política, o presidente Michel Temer reuniu neste sábado (20) a base aliada do governo após o pronunciamento no qual rebateu as denúncias do empresário Joesley Batista, que fez acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Segundo deputados que estiveram presentes à reunião, Temer reuniu no Palácio da Alvorada os líderes das legendas aliadas para tentar retomar as atividades do Congresso e a tramitação das votações prioritárias para o governo, como a reforma da Previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também esteve no Alvorada.

De acordo com o deputado federal Beto Mansur (PSB-SP), o governo espera remontar a base nesta semana para garantir cerca de 330 votos na Câmara para aprovar a reforma. Em entrevista concedida após deixar a reunião, Mansur também criticou a delação da JBS e o áudio no qual Temer foi citado.

"Lógico que nós tivemos um problema com a fita, essas declarações do presidente da JBS, mas a gente está demonstrando que a fita não tem validade jurídica, ela teve uma série de cortes em função das declarações dos peritos, e crise política que, eventualmente se instalou, ela está se dissipando em poucos dias, e a gente vai retomar os trabalhos segunda ou terça-feira dando tranquilidade à sociedade brasileira", disse.

Mesmo com o anúncio feito hoje pelo PSB, que deixou a base aliada  e a crise política envolvendo o presidente,  o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) garantiu que o governo vai manter os trabalhos no Congresso.

"É óbvio que essa crise dá alguns arranhões. O governo está trabalhando, mobilizado e o calendário está mantido. Devemos votar a reforma providenciária na última semana de maio ou na primeira de junho, a reforma trabalhista no Senado em junho. As reformas são fundamentais", afirmou.

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Em pronunciamento feito neste sábado, Temer anunciou um recurso ao Supremo Tribunal Federal, questionou a legalidade da gravação e disse que há muitas contradições no depoimento de Joesley Batista, como a informação de que o presidente teria dado aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba.