Enquanto os partidos da base aliada de Michel Temer decidem se desembarcam ou não do governo e os índices econômicos oscilam diante da crise política instalada no Palácio do Planalto, Joesley Batista, dono da JBS e principal nome da delação que bombardeou o noticiário do País nos últimos dias, está solto. Por quê?
De acordo com informações do Radar On-Line, da revista Veja, um dos fatos que garantiu um acordo tão vantajoso para Joesley foi a contratação do ex-procurador Marcelo Miller como seu advogado. Teria sido Miller quem negociou com seus antigos colegas os termos da delação do empresário.
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Informações divulgadas pelo jornal Estado de S. Paulo afirmam que Miller surpreendeu seus companheiros do Ministério Público Federal ao anunciar que deixaria seu cargo para trabalhar no escritório Trench, Rossi & Watanabe Advogados, do Rio de Janeiro. O anúncio se deu em 6 de março, às vésperas de Joesley se encontrar com Temer e gravar o diálogo com o presidente.
Segundo uma reportagem publicada pela revista Piauí, o acordo que Miller teria negociado com a Procuradoria-Geral da República inclui o mínimo de dano possível para a JBS e a garantia de que os irmãos Joesley e Wesley Batista não seriam presos, não usariam as temidas tornozeleiras eletrônicas e que poderiam até morar nos EUA, longe do olhar de reprovação dos brasileiros. A iniciativa dos Batista foi classificada neste sábado (20) por Temer como o "crime perfeito".
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A PGR, por sua vez, negou a informação veiculada pela imprensa na manhã de hoje. "Acerca de notícias veiculadas pela imprensa na manhã deste sábado, 20 de maio, a Procuradoria-Geral da República esclarece que o ex-procurador da República e hoje advogado Marcelo Miller não participou das negociações do acordo de colaboração premiada dos executivos do grupo J&F", diz a nota oficial do órgão.