A Polícia Federal (PF) deflagra, nesta sexta-feira (12), uma operação para investigar fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Leia também: Delegado da Polícia Federal é preso em operação no Paraná
Batizada de Operação Bullish, a ação busca cumprir 37 mandados de condução coercitiva, sendo 30 no Rio de Janeiro e sete em São Paulo, além de 20 mandados de busca e apreensão, sendo 14 na capital fluminense e seis na paulista.
Segundo as investigações da Polícia Federal, a subsidiária BNDES Participações S.A (BNDESPar), braço do banco voltado para a participação acionária em outras empresas, fez aportes de R$ 8,1 bilhões ao grupo alimentício JBS, de 2007 a 2011.
Além disso, a Polícia Federal verificou que, depois de contratar uma empresa de consultoria ligada a um parlamentar à época, os desembolsos da BNDESPar ocorreram de forma muito rápida.
Além disso, de acordo com a Polícia Federal, as transações teriam sido feitas sem as garantias e sem a exigência de prêmio contratualmente previsto. O que teria gerado prejuízos de cerca de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
Leia também: AGU pede anulação de operação da PF em gabinete de deputada federal do PMDB
A Justiça decretou, além dos mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão, a indisponibilidade, ou seja, o bloqueio de bens de pessoas físicas e jurídicas suspeitas de participar direta ou indiretamente da composição acionária da JBS.
Os controladores do grupo também estão expressamente proibidos, ainda em razão da decisão judicial, de promover qualquer alteração societária na empresa investigada e de se ausentar do País sem alguma autorização judicial prévia. A Polícia Federal monitora cinco dos investigados que se encontram em viagem ao exterior.
Em nota, a JBS diz que a empresa “sempre pautou seu relacionamento com bancos públicos e privados de maneira profissional e transparente. Todo o investimento do BNDES na companhia foi feito por meio da BNDESPar, seu braço de participações, obedecendo às regras de mercado e dentro de todas as formalidades. Esses investimentos ocorreram sob o crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em consonância com a legislação vigente. Não houve favor algum à empresa.”
Ainda de acordo com a nota, “todos os atos societários advindos dos investimentos da BNDESPar foram praticados de acordo com a legislação do mercado de capitais brasileiro, são públicos e estão disponíveis nos sites da CVM e de relações com investidores da JBS.”
Valorização
O nome Bullish dado à operação é uma alusão à tendência de valorização gerada entre os operadores do mercado financeiro em relação aos papéis da empresa, para a qual os aportes da subsidiária BNDESPar foram imprescindíveis.
Leia também: Ex-governador do Mato Grosso do Sul é alvo de operação da PF nesta quinta
* Com informações da Agência Brasil.