Os crimes que serão investigados nos 76 inquéritos da lista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, envolvem pagamentos a políticos que chegam a R$ 451,049 milhões.
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Desse total, os delatores da Odebrecht dizem aos investigadores da Lava Jato que foram repassados R$ 224,6 milhões por obras e contratos nos governos federal, estaduais e municipais e R$ 170 milhões por medidas provisórias, emendas parlamentares e resoluções legislativas que atendiam aos interesses da empreiteira.
Todo a relação da Odebrecht e os políticos está detalhada pelos vídeos com depoimentos de executivos e ex-executivos da empresa divulgados pelo Supremo Tribunal Federal. Dos inquéritos, aquele que envolve maior valor pago em propinas é o das compras das medidas provisórias 470/2009 e 613/2013.
A primeira, conforme a acusação da Procuradoria-Geral da República, motivou o pagamento de R$ 50 milhões para a campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT), em 2010. A segunda se refere ao pagamento de R$ 100 milhões para a campanha de reeleição da então presidente, em 2014.
Ao todo, segundo a empreiteira, R$ 4 milhões foram distribuídos aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), mais R$ 2 milhões ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e aos deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Ambas as MPs favoreciam a Braskem, uma das empresas do grupo Odebrecht. A 470 alterava a forma de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a 613 concedia incentivos tributários a empresas químicas.
Outros grandes casos
O segundo maior pagamento de propinas relatado pela Odebrecht diz respeito à obra da usina Santo Antônio, em Rondônia. Segundo as delações, foram distribuídos R$ 50 milhões para os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Sandro Mabel (PP-GO) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de Jucá.
O terceiro maior caso investigado é o de pagamentos relacionados a obras viárias do governo de São Paulo, envolvendo o senador José Serra (PSDB-SP) e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, cujos pagamentos somados chegam a R$ 36,2 milhões.
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Todos os políticos citados negam participação no esquema de propinas investigado pela Operação Lava Jato