Reabertura de prazo para repatriação de recursos é aprovada pelo Senado

Texto avalizado pelos senadores é o mesmo enviado pela Câmara, que impede que parentes de políticos participem do programa de regularização

Presidente do Senado, Eunício Oliveira, incluiu proposta na pauta de votação após reunião com líderes
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado - 14.3.2017
Presidente do Senado, Eunício Oliveira, incluiu proposta na pauta de votação após reunião com líderes

Foi aprovado na tarde desta terça-feira (14) no plenário do Senado o projeto de lei que reabre o prazo para repatriação de recursos do exterior. A matéria permite a regularização dos ativos que haviam sido enviados ilegalmente a outros países. O principal destaque é que o texto avalizado pelos senadores foi exatamente o mesmo enviado pela Câmara dos Deputados. Ou seja, está mantida a proibição de que parentes de políticos possam aderir ao programa.

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Com a aprovação do Senado , o projeto será encaminhado para sanção do presidente Michel Temer (PMDB). A proposta concede anistia tributária e penal a pessoas físicas e jurídicas que repatriarem os recursos que haviam sido enviados ilegalmente ao exterior. A contrapartida é o pagamento de 15% de Imposto de Renda e 20,25% de multa sobre o valor sonegado.

Esta é a segunda vez que será aberto prazo para a regularização de ativos armazenados fora do País. No ano passado, o governo federal arrecadou aproximadamente R$ 46 bilhões com a repatriação, o que motivou a proposta de reabertura de prazo para que aqueles que não conseguiram aderir tivessem nova oportunidade.

A votação da matéria foi colocada na pauta depois de uma reunião realizada na manhã de hoje  entre o presidente da Casa, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e os líderes das bancadas parlamentares. Havia o temor de que a apreciação não fosse concluída nesta terça-feira em razão da complexidade dos debates acerca do tema.

Regulamentação

Após a sanção presidencial do projeto, a nova lei deverá ainda ser regulamentada pela Receita Federal. Cumprida essa etapa, começará a contar o novo prazo de 120 dias para a adesão. Apesar de ter ficado conhecida como repatriação , a proposta não exige que o dinheiro seja remetido de volta ao Brasil, mas que o dono do dinheiro faça o pagamento dos encargos previstos para movimentá-lo no País regularmente.

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A expectativa de que a medida aumente a arrecadação movimentou governadores de estados em grave crise financeira, que pediram à Câmara e ao Senado a celeridade na aprovação da matéria. Os governadores estiveram com os presidentes das duas Casas logo após a abertura do ano legislativo. Na edição anterior do programa, que durou de abril a outubro de 2016, o governo federal arrecadou R$ 46,8 bilhões.


* Com informações da Agência Brasil