Presidente Michel Temer conversa com o ex-deputado Eduardo Cunha durante cerimônia na Câmara dos Deputados
Antônio Cruz/Agência Brasil - 18.11.15
Presidente Michel Temer conversa com o ex-deputado Eduardo Cunha durante cerimônia na Câmara dos Deputados

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu na noite desta quarta-feira (8) devolver as perguntas formuladas pelo ex-deputado Eduardo Cunha  que seriam enviadas ao presidente Michel Temer.

Os questionamentos foram remetidos no mês passado à Justiça Federal de Brasília, onde Eduardo Cunha responde a ação por suposto envolvimento em um esquema criminoso junto ao Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

Questionado pela reportagem do iG, o TRF-1 ainda não se posicionou a respeito da devolução das perguntas a Michel Temer, apontado pela defesa do ex-deputado como testemunha de defesa, assim como já havia ocorrido na ação da Lava Jato que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba. 

De acordo com o advogado Ticiano Figueiredo, responsável pela defesa de Cunha no processo, ainda não há previsão para um novo envio das perguntas a Temer.

O envio dos questionamentos fora autorizado no dia 2 deste mês pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, responsável pelo caso sobre o esquema no FI-FGTS.

LEIA TAMBÉM: De pedra a vidraça: a saga de Eduardo Cunha em 18 atos

Entre as 19 perguntas formuladas pelo próprio ex-deputado estavam questionamentos acerca de possíveis "vantagens indevidas" ao hoje ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco.

"Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou Moreira Franco, seja posteriormente para liberação de financiamento do FI-FGTS?”, questiona Cunha ao presidente.

O ex-parlamentar não chegou a identificar quem seria Érica. Em relação ao envolvimento de Moreira Franco no caso, Cunha fez outras perguntas correlatas que sugeriam a possibilidade de Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência terem participado de reuniões sobre doações eleitorais com Benedito Júnior (Odebrecht) e Léo Pinheiro (OAS).

"A denúncia trata da suspeita do recebimento de vantagens providas do consórcio Porto Maravilha (Odebrecht, OAS e Carioca), Hazdec, Aquapolo e Odebrecht Ambiental, Saneatins, Eldorado Participações, Lamsa, Brado, Moura Debeux, BR Vias", expõe Cunha. "O senhor tem conhecimento, como presidente do PMDB até 2016, se essas empresas fizeram doações a campanhas do PMDB. Se sim, de que forma?", indagava o ex-presidente da Câmara.

LEIA TAMBÉM: Entenda a compra de "poço seco" que fez Petrobras perder US$ 66 milhões em Benin

Ação penal

Cunha responde na ação ao lado de outros quatro acusados (Henrique Eduardo Alves, Lúcio Bolonha Funaro, Alexandre Margotto e Fábio Ferreira Cleto) pelos crimes de corrupção ativa passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. 

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, o peemedebista teria cobrado propina de empresas, entre 2011 e 2015 para liberar investimentos feitos com recursos do FI-FGTS.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!