O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi denunciado pela sexta vez pelo Ministério Público Federal do estado, nesta quarta-feira (8). As acusações apresentadas à 7ª Vara Federal incluem 25 crimes de evasão de divisas, 30 de lavagem de dinheiro e nove de corrupção passiva. Só em fevereiro deste ano, Cabral foi acusado pelo MPF de cometer 332 crimes de lavagem de dinheiro .
Os fatos apresentados na denúncia desta quarta-feira são resultado da Operação Eficiência e Hic et Ubique, desdobramento das investigações da força-tarefa da Lava Jato no Rio. Além de Sérgio Cabral, também foram denunciados pelo MPF por crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e pertencimento à organização criminosa: Carlos Miranda, Wilson Carlos, Sérgio Castro de Oliveira, Vinicius Claret, também conhecido por Juca Bala, Claudio de Souza, conhecido como Tony ou Peter e Timothy Scorah Lynn.
Na denúncia do Ministério Público Federal, Juca Bala e o sócio, Claudio de Souza, conhecido como Tony ou Peter, são acusados de serem os doleiros que ajudaram a movimentar cerca de US$ 100 milhões – o equivalente a mais de R$ 300 milhões – em um esquema chefiado por Sérgio Cabral.
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Segundo as investigações, Juca Bala e Claudio teriam movimentado ao menos US$ 85 milhões desviados dos cofres do Rio de Janeiro. Além do desvio de dinheiro para o exterior, os procuradores descobriram que Vinicius Claret e Claudio de Souza também traziam recursos de fora para o Brasil. Segundo a denúncia, entre 2011 e 2014, eles fizeram com que US$ 3 milhões de propina fosse para a mão de Sérgio Cabral, por meio de contratos de fachada.
Para o Ministério Público Federal, "os conjuntos de atos de lavagem de dinheiro tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa".
Prisão de Cabral
O ex-governador, que é réu em três processos da Operação Lava Jato, foi preso no dia 17 de novembro, sob a acusação de receber mais de R$ 220 milhões em propinas para fechar contratos públicos com empreiteiras e construtoras. Ele foi levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.
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No começo de fevereiro, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro aceitou denúncia do MPF contra Sérgio Cabral , sua mulher, Adriana Ancelmo, o empresário Eike Batista e mais seis pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro. Eles já estavam com prisão preventiva decretada por causa das investigações das operações Calicute e Eficiência, que apuram desvio de dinheiro público do estado do Rio de Janeiro.