Justiça Eleitoral ouve hoje testemunhas de ação contra a chapa Dilma-Temer

Donos de gráficas investigadas prestam depoimento nesta segunda-feira em São Paulo; MPE vê "fortes indícios de fraudes" na contratação das empresas

Processo contra a chapa Dilma-Temer na Justiça Eleitoral é movido pelo PSDB e pela Coligação Muda Brasil
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Processo contra a chapa Dilma-Temer na Justiça Eleitoral é movido pelo PSDB e pela Coligação Muda Brasil

A Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral ouve nesta segunda-feira (20) empresários ligados a gráficas que prestaram serviços à chapa que elegeu Dilma Rousseff  para a Presidência da República e seu vice, Michel Temer, em 2014.

Os depoimentos serão prestados no âmbito da ação que pede a cassação da chapa Dilma -Temer por suposto abuso de poder político e econômico. O processo é movido pelo PSDB e pela Coligação Muda Brasil e tem relatoria do ministro Herman Benjamin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE),

Serão realizadas na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) as audiências dos empresários Rodrigo Zanardo e Rogério Zanardo, da Rede Seg Gráfica, e de Carlos Cortegoso, ligado à Focal Comunicação Visual. O motorista de Cortegoso, Jonathan Gomes Bastos, também prestará depoimento.

As duas empresas foram, ao lado da VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior, alvos de buscas e apreensões  em dezembro do ano passado. Na ocasião, o ministro Herman Benjamin autorizou ainda a quebra de sigilo fiscal de pessoas jurídicas e físicas que “demonstraram indícios de irregularidades nos dispêndios eleitorais”.

Ainda no fim do ano passado, os procuradores do Ministério Público Eleitoral (MPE) enviaram ao TSE um laudo apontando "fortes indícios de fraudes e desvio de recursos"  após a análise dos dados bancários das três gráficas contratadas para a campanha presidencial da petista.

Entenda

As contas da campanha pela reeleição da então presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas, por unanimidade, no TSE, em dezembro de 2014.

O processo, no entanto, foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação por entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas pela chapa. Conforme entendimento atual do TSE, a prestação contábil da chapa é julgada em conjunto.

A defesa de Michel Temer nega que o hoje presidente da República tenha envolvimento com a contratação das gráficas suspeitas. Já o advogado de Dilma, Flácio Crocce Caetano, defende que que não há como "desassociar as campanhas".

O processo pode culminar na cassação da chapa que elegeu Dilma, o que, na prática, implicaria consequências apenas para Temer, já que a petista deixou a Presidência da República após o processo de impeachment.