O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) enviou à Justiça Federal de Brasília uma série de perguntas direcionadas ao presidente Michel Temer. Os questionamentos, revelados nesta quinta-feira (16) pela revista Época
, referem-se ao processo no qual o ex-presidente da Câmara é acusado de envolvimento em esquema criminoso junto ao Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
O presidente Michel Temer foi apontado como testemunha de defesa de Eduardo Cunha e poderá responder aos questinamentos por escrito devido ao cargo que ocupa. O mesmo já havia acontecido anteriormente no âmbito do processo penal da Lava Jato ao qual Cunha responde na Justiça Federal do Paraná.
De acordo com a revista, entre as 19 perguntas formuladas pelo próprio ex-deputado estão questionamentos acerca de possíveis "vantagens indevidas" ao hoje ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco.
"Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou Moreira Franco, seja posteriormente para liberação de financiamento do FI-FGTS?”, questiona Cunha ao presidente.
O ex-parlamentar não chega a identificar quem seria Érica. Em relação ao envolvimento de Moreira Franco no caso, Cunha faz outras perguntas correlatas que sugerem a possibilidade de Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência terem participado de reuniões sobre doações eleitorais com Benedito Júnior (Odebrecht) e Léo Pinheiro (OAS).
"A denúncia trata da suspeita do recebimento de vantagens providas do consórcio Porto Maravilha (Odebrecht, OAS e Carioca), Hazdec, Aquapolo e Odebrecht Ambiental, Saneatins, Eldorado Participações, Lamsa, Brado, Moura Debeux, BR Vias", expõe Cunha. "O senhor tem conhecimento, como presidente do PMDB até 2016, se essas empresas fizeram doações a campanhas do PMDB. Se sim, de que forma?", indaga o ex-presidente da Câmara.
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A campanha de Gabriel Chalita para a Prefeitura de São Paulo em 2012 pelo PMDB também é mencionada no ról de perguntas. "Sabe dizer se algum deles fez doação para a campanha de Gabriel Chalita em 2012?"
Também há perguntas sobre a ocorrência de encontros com André de Souza, representante do Conselho dos Trabalhadores no FI-FGTS.
Ação penal
Cunha responde na ação ao lado de outros quatro acusados (Henrique Eduardo Alves, Lúcio Bolonha Funaro, Alexandre Margotto e Fábio Ferreira Cleto) pelos crimes de corrupção ativa passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, o peemedebista teria cobrado propina de empresas, entre 2011 e 2015 para liberar investimentos feitos com recursos do FI-FGTS.
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