Sérgio Cabral e Eike Batista se tornam réus em ação penal da Lava Jato

Justiça Federal aceitou denúncia apresentada pelo MPF no Rio de Janeiro; eles irão responder pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

Cabral irá responder na Justiça pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; pena pode chegar a 50 anos
Foto: Agência Brasil
Cabral irá responder na Justiça pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; pena pode chegar a 50 anos

A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia apresentada na última sexta-feira (10) pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), a mulher dele, Adriana Ancelmo, o empresário Eike Batista e outras seis pessoas. Eles passam a ser réus no processo, que teve origem em investigações decorrentes de desdobramentos da Operação Lava Jato.

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A denúncia foi aceita pela 7ª Vara Federal Criminal do Estado no mesmo dia em que foi oferecida pelo MPF. Cabral, Eike e Adriana, que já tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça , irão responder pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Cabral e Adriana foram denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, assim como os ex-assessores de Cabral Wilson Carlos e Carlos Miranda. O dono das empresas EBX, Eike Batista, e seu braço direito, o advogado Flávio Godinho, foram denunciados por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Os irmãos Renato e Marcelo Chebar, que trocaram delações detalhando o esquema de Cabral por redução de pena, além de Luiz Arthur Andrade Correia, vão responder judicialmente por evasão de divisas e por manter recursos não declarados no exterior. Entre os denunciados pelo Ministério Público, eles são os únicos que não estão presos.

Acusações

A força-tarefa da Lava Jato acusa o dono das empresas do grupo EBX de ter feito dois pagamentos ilegais de US$ 16,5 milhões e outro de R$ 1 milhão a Cabral em troca de benefícios nos negócios.

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O MPF informa que o pagamento, em especial o primeiro, beneficiou as empresas de Eike Batista e coincide com licitações e pedidos de licença para empreendimentos como o Superporto do Açu, no norte fluminense, e o Porto do Sudeste, na zona oeste do Rio. Embora os investigadores não tenham identificado, até agora, quais foram exatamente as vantagens recebidas, os procuradores são categóricos ao afirmar que os pagamentos, por si, configuram corrupção.

“Um dos maiores empresários do estado do Rio de Janeiro , o senhor Eike Batista, pagou US$ 16,5 milhões para o governador do Rio de Janeiro [Sérgio Cabral]. Isso é crime de corrupção e ponto”, afirmou o coordenador da Lava Jato no Rio, Leonardo Cardoso de Freitas. “O senhor Eike Batista tinha diversos interesses no estado, diversos empreendimentos, diversos atos dependiam da atuação do estado e, sobretudo, do governador, e o senhor Eike não podia dar de presente U$16,5 milhões para o governador, e o governador não podia ter aceitado. É simples assim”, acrescentou.

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Dos nove denunciados na sexta-feira pela Procuradoria à Justiça, seis estão presos em Bangu, na zona oeste da capital fluminense.


* Com informações da Agência Brasil