Ex-governador de MG, Azeredo tem bens bloqueados pela Justiça por improbidade

Eduardo Azeredo recebeu denúncia no processo conhecido como mensalão mineiro por participar de esquema para campanha de reeleição em 1998

Processo contra ex-governador foi encaminhado pelo STF à Justiça mineira após o fim do foro privilegiado do político
Foto: Agência Câmara
Processo contra ex-governador foi encaminhado pelo STF à Justiça mineira após o fim do foro privilegiado do político

O ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), teve seus bens bloqueados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A decisão foi feita pelo desembargador Jair Varão, da 3ª Câmara Cível, em decorrência de denúncia no processo conhecido como mensalão mineiro.

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Supostamente, Azeredo transferiu cerca de R$ 3 milhões da Companhia de Saneamento de Minas Gerais e da Companhia Energética de Minas Gerais , ambas estatais, para empresas do publicitário Marcos Valério. A transferência teria como destino o evento Enduro Nacional da Independência, mas a transação ocorreu sem licitação ou contrato formal.

O bloqueio contraria decisão de agosto do ano passado, que determinava que fosse bloqueado um total de R$ 25 milhões em bens de oito investigados, entre eles o publicitário Marcos Valério e o ex-vice-governador Clésio Andrade (PMDB), mas excluía Azeredo por falta de “justa causa”.

Considerando o ex-governador o maior beneficiário do esquema, o desembargador Jair Varão afirmou não ser “crível que o candidato à governadoria do estado não estava a par da origem dos recursos destinados à sua própria campanha eleitoral” e completou “[a decisão] visa a assegurar eventual reparação ao erário, no caso de procedência da ação principal”.

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A decisão é do dia 23 de novembro, mas o desembargador não se posicionou ou divulgou a quantia a ser bloqueada da conta de Azeredo. O ex-governador ainda pode recorrer à decisão até o dia 31 deste mês.

O esquema

Um dos esquemas do mensalão mineiro beneficiaria a campanha de reeleição de Azeredo em 1998, quando o tucano perdeu o governo de Minas Gerais para Itamar Franco (PMDB). O processo começou a tramitar em 2003, mas o ex-governador só foi denunciado por peculato e lavagem de dinheiro em 2009.

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Na ocasião da denúncia, Eduardo Azeredo era deputado federal, mas após sua renúncia em 2014 o Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou o processo à Justiça mineira devido ao fim do foro privilegiado do político. Em dezembro de 2015 ele foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão em primeira instância, mas seus advogados entraram com recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais e Azeredo aguarda o julgamento em liberdade.