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Comissão de Ética da Presidência recomendou que a presidenta Dilma Rousseff demita o ministro do Trabalho, Carlos Lupi

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Surpreendido, o PDT atacou na quarta-feira (30) o "mensageiro" e se esquivou sobre a recomendação da Comissão de Ética Pública da Presidência de demitir o presidente licenciado do partido, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi . O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República é integrada por "gagás e retardados" que perseguem o ministro.

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Segundo Paulinho, como é conhecido o presidente da Força, o PDT vai aguardar a reação da presidenta Dilma Rousseff para só então se pronunciar sobre a recomendação da Comissão de exonerar o ministro Lupi.

"Esperamos que ela não ouça essa comissão de gagás. Essa é uma comissão de gagás, de velhinhos que ficam perseguindo o ministro Lupi. Vamos ver se a Dilma vai ouvir essa comissão de retardados", disse Paulinho. "Na verdade, essa comissão de ética sempre perseguiu o ministro Lupi", emendou. Para o presidente da Força, as denúncias não atingem diretamente o ministro.

No passado, Lupi já foi alvo de sanção da Comissão Ética, que o censurou por ocupar a presidência do PDT ao mesmo tempo em que assumiu o Ministério do Trabalho. O ministro acabou se licenciando da presidência do partido.

À exceção de Paulinho, os pedetistas evitaram na noite de quarta-feira dar declarações sobre a situação do ministro Lupi. A cúpula do PDT estava disposta a aguardar a reação da presidente. "Precisamos ver se a presidenta Dilma vai capitular e atender à recomendação da comissão", observou um pedetista histórico. A avaliação do partido era que a Comissão de Ética fez um ato de "insubordinação" ao Planalto ao propor a demissão de Lupi. Afinal, alegam os pedetistas, a presidente da República e integrantes da base aliada, incluindo parlamentares do PT, já se declararam considerar as denúncias contra o ministro inconsistentes.

Oposição

Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a recomendação da Comissão torna "absolutamente insustentável sua permanência na pasta". "O ministro não tinha qualquer condição de permanecer no cargo já há algum tempo. O que mais, além desse posicionamento da Comissão de Ética, a presidente Dilma está esperando? Isso só comprova que a faxina não existe. A presidente apenas reage e, nesse caso, perdeu o 'timing'", afirmou o tucano.

No Senado, o líder tucano, Álvaro Dias (PR), deixou de se surpreender com a notícia, lembrando que a comissão vinha sendo "generosa" com os ministros envolvidos em denúncias. "A manutenção do ministro representaria uma prevaricação, um ato de cumplicidade da presidente", criticou.