
A Polícia Civil do Rio de Janeiro negou, em comunicado divulgado nesta terça-feira (4), que uma mulher conhecida como “Japinha do CV” tenha morrido durante a megaoperação realizada na semana passada nos Complexos do Alemão e da Penha. O corpo ligado à suposta criminosa é de um homem da Bahia.
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A corporação afirmou que as informações divulgadas por veículos de imprensa e em redes sociais não correspondem aos registros oficiais da ação.
“Diferentemente do que foi divulgado na mídia e em redes sociais, não havia nenhuma mulher entre os opositores mortos na Operação Contenção. A imagem compartilhada era do corpo de Ricardo Aquino dos Santos, de 22 anos, natural da Bahia. Contra ele, que tinha histórico criminal na Bahia, havia dois mandados de prisão ativos” , disse a Polícia Civil em nota enviada ao Portal iG .
A manifestação pública da corporação foi feita para desmentir a morte de Penélope — identificada em perfis de redes sociais como Maria Eduarda Santos —, apontada por investigações como integrante do Comando Vermelho.
Conhecida como “Japinha do CV”, ela é suspeita de atuar na linha de frente da facção, com funções de proteção de rotas de fuga, defesa de pontos de venda de drogas e coordenação de confrontos armados.
A suspeita ganhou notoriedade ao publicar imagens ostentando armas e produtos de luxo em plataformas como Instagram e TikTok.
O desmentido foi emitido após a circulação de postagens que associavam a imagem de um corpo encontrado durante a operação à figura da “Japinha”.
Segundo a Polícia Civil, a identificação pericial confirmou que a pessoa morta era Ricardo Aquino, e não uma mulher.
A corporação afirmou que “não há registro de óbito feminino entre os opositores mortos” e que todas as vítimas foram identificadas oficialmente.
Megaoperação no Rio
A Operação Contenção foi realizada na semana passada nos Complexos do Alemão e da Penha, com duração de mais de 15 horas.
A ação reuniu cerca de 2.500 agentes das Polícias Civil e Militar e teve como objetivo desarticular o Comando Vermelho, apontado como principal facção criminosa do estado.
A operação buscava cumprir 69 mandados de prisão e 180 ordens de busca e apreensão.
De acordo com os dados oficiais, 121 pessoas morreram, entre elas 117 suspeitos e quatro policiais. Até segunda-feira (3), 115 dos 117 mortos haviam sido identificados.
Entre eles, 97 tinham histórico criminal, 59 possuíam mandados de prisão em aberto e 62 eram de outros estados — incluindo 19 do Pará, 12 da Bahia e nove do Amazonas —, o que, segundo a polícia, indica a atuação nacional da facção.
Além das mortes, 23 pessoas foram presas, e foram apreendidos fuzis de calibres 5.56 e 7.62, granadas, munições e drones usados para lançar explosivos contra as forças de segurança.
O governo estadual classificou a operação como um êxito no enfraquecimento da facção e na cooperação entre as forças policiais.
Organizações civis, por outro lado, solicitaram apurações sobre a letalidade da ação e a ausência de líderes entre os mortos.