
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) identificou nesta segunda-feira (08) a mulher que foi assassinada e teve partes do corpo espalhadas por Porto Alegre . A confirmação foi feita pelo delegado Mario Souza, diretor do Departamento ou Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), ao portal iG .
O torso da vítima foi encontrado dentro de uma mala em um guarda-volumes, na rodoviária da capital, no último dia 20. Ele pertence à Brasília Costa, de 65 anos, após confirmação da análise do DNA. O suspeito foi identificado e preso em 4 de setembro.
Partes do corpo espalhadas

Preso por suspeita do crime após ter sido identificado por câmeras de segurança, o publicitário Ricardo Jardim, de 65 anos, teria um relacionamento com a vítima, que residia na Zona Norte de Porto Alegre e trabalhava como manicure em salões de beleza.
Para a polícia, ele tinha intenção de dar um golpe financeiro na mulher. Com uma conduta "meticulosa e calculista", ele teria planejado e executado o crime.
Partes do corpo da vítima foram encontradas em diferentes pontos da capital gaúcha. No dia 13 de agosto deste ano, membros superiores e inferiores foram encontrados em sacolas e sacos plásticos abandonados na zona leste da Capital, enquanto o tronco foi localizado dentro de uma mala que foi deixada em um guarda-volumes na Estação Rodoviária de Porto Alegre, no último dia 20.
As perícias realizadas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmaram, por meio de exame de DNA, que todos os restos mortais encontrados pertenciam à mesma pessoa. A cabeça da vítima ainda não foi encontrada.
Investigações
A polícia civil intensificou as investigações e conseguiu reconstruir o trajeto do suspeito. Ele tentou se esconder usando luvas, máscara e boné, mas foi registrado por câmeras ao deixar a mala com o tronco da vítima na rodoviária. Mais tarde, já sem máscara, apareceu em um comércio na rua São Pedro, na zona norte da capital.
Durante mais de 75 horas de trabalho contínuo, a equipe da 2ª DPHPP reuniu provas, como imagens de câmeras, testemunhos e laudos periciais. Com base nelas, a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito. O DNA dele confirmou compatibilidade com os restos mortais, e as imagens comprovam que ele entregou a mala na rodoviária.
"Perfil psicopata"
Ricardo Jardim, suspeito do crime, já foi condenado em 2018 a 28 anos de prisão por matar e concretar a mãe. Ele deixou o presídio em janeiro deste ano no regime semiaberto, e era considerado foragido desde então.
Os investigadores o avaliam como um indivíduo de "perfil psicopata, extremamente educado e inteligente", cuja conduta foi "meticulosa e calculista" no planejamento e execução do crime.
A motivação do crime atual seria principalmente econômica, já que o suspeito tentou realizar saques na conta da vítima e usou o celular dela para enganar amigos e familiares sobre seu paradeiro.
Além disso, ele teria removido a ponta dos dedos dos membros do corpo para dificultar a identificação. O corpo da vítima ainda não foi encontrado. O caso é tratado como feminicídio.