Laboratório cibernético ajuda na prevenção de crimes; conheça

Ciberlab monitora redes, produz relatórios e apoia polícias em operações contra ameaças virtuais

A atuação do Ciberlab combina tecnologia avançada de rastreamento, inteligência de dados e monitoramento de redes sociais
Foto: Divulgação/MJSP
A atuação do Ciberlab combina tecnologia avançada de rastreamento, inteligência de dados e monitoramento de redes sociais

O Ciberlab ( Laboratório de Operações Cibernéticas ), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi criado para fortalecer a segurança digital e ampliar a prevenção a crimes praticados no ambiente virtual.

O órgão é subordinado à Diretoria de Operações Integradas e Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública e trabalha em cooperação com polícias estaduais, Polícia Federal, Ministério Público e instituições internacionais.

A atuação do Ciberlab combina tecnologia avançada de rastreamento, inteligência de dados e monitoramento de redes sociais.

O objetivo é identificar ameaças antes que se concretizem, como no caso de ataques planejados a escolas, além de apoiar investigações contra fraudes digitais, pirataria, abuso infantojuvenil e disseminação de discursos de ódio.

Exemplos de ações

Além do Ciberlab, iniciativas recentes reforçam a estrutura nacional de combate a crimes virtuais
Foto: Divulgação/PCBA
Além do Ciberlab, iniciativas recentes reforçam a estrutura nacional de combate a crimes virtuais


Entre as principais atividades estão a produção de relatórios de inteligência, enviados a forças policiais para ação preventiva. Até abril de 2023, foram emitidas 35 comunicações com alertas de possíveis ataques a escolas em 15 estados.

O laboratório também promove capacitação de policiais e mantém parcerias com plataformas digitais, como Kwai e Discord, que fornecem dados para identificar usuários envolvidos em crimes.

A cooperação internacional é um dos pilares do Ciberlab. Desde 2021, há articulação com a Embaixada dos Estados Unidos e a Homeland Security Investigations em iniciativas de combate a ameaças virtuais, especialmente ataques a instituições de ensino.

Entre as operações coordenadas pelo laboratório estão a 404, voltada à pirataria digital, em sua quinta edição desde 2019; a Garmr, contra violência virtual e tortura de animais; e a Server Out, que evitou atentados a escolas no Rio de Janeiro em 2023, após identificação de suspeitos no aplicativo Discord.

Em abril deste ano, a Operação Garmr resultou em três mandados de busca e apreensão e duas internações provisórias de adolescentes que exibiam, em transmissões ao vivo, cenas de automutilação, maus-tratos a animais e discursos de ódio.

No ano anterior, em Maringá, um adolescente foi apreendido após investigações apontarem apologia ao nazismo e incentivo à automutilação de meninas em ambiente digital.

O laboratório também prestou apoio à prisão de um suspeito que ameaçou com bomba o show da cantora Lady Gaga no Rio de Janeiro, em maio de 2025. O monitoramento de redes sociais e a análise de dados permitiram localizar o autor da ameaça e neutralizar a ação.


Fraudes financeiras

Outra frente de atuação é o combate a fraudes financeiras, praticadas por quadrilhas que utilizam engenharia social em golpes digitais. O órgão ainda enfrenta desafios como a banalização da violência nas redes e a resistência de vítimas em registrar denúncias.

Além do Ciberlab, iniciativas recentes reforçam a estrutura nacional de combate a crimes virtuais. Em agosto deste ano, foi publicado o Decreto nº 12.574, que instituiu a Estratégia Nacional de Cibersegurança.

No mesmo ano, foi inaugurado em Brasília o Centro de Operações de Defesa Cibernética, com 194 estações de trabalho e um Data Center TIER II para ampliar a capacidade de resposta a ameaças.