Quem é o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa?

Miliciano Taillon foi preso nesta terça (31)

O médico Perseu Ribeiro Almeida teria sido confundido com um miliciano: Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. A investigação aponta que o crime teria sido cometido por traficantes.
Foto: Reprodução
O médico Perseu Ribeiro Almeida teria sido confundido com um miliciano: Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. A investigação aponta que o crime teria sido cometido por traficantes.


A Polícia Federal efetuou nesta terça-feira (31) a prisão de Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, um dos chefes de uma perigosa milícia atuante em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Taillon foi preso na Barra da Tijuca, próximo da Avenida Embaixador Abelardo Bueno. Além dele, outros três policiais militares também foram detidos.

O miliciano era alvo de traficantes que executaram três médicos em um quiosque no início deste mês, um crime que chocou a cidade. A prisão se baseia em acusações feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Mas quem é Taillon Pereira Barbosa?

Taillon Pereira Barbosa é filho de Dalmir Pereira Barbosa e é apontado como membro de uma quadrilha que opera na Zona Oeste da cidade. Em dezembro de 2020, ele teve sua prisão preventiva decretada por envolvimento em crimes de organização criminosa.

Em junho de 2022, Taillon foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão por liderar a quadrilha. Entretanto, em março deste ano, ele obteve o benefício da prisão domiciliar e autorização para sair de casa.

A decisão do livramento condicional, assinada pelo juiz Cariel Bezerra Patriota, estabeleceu diversas restrições, incluindo o dever de comparecer ao juízo a cada três meses, retornar para casa às 23h e manter-se durante a noite.

O documento ainda determina que ele siga as normas sociais e não frequente locais de reprovação, como aqueles envolvidos com consumo excessivo de álcool, venda de drogas ilícitas, casas de prostituição e jogos proibidos.

Atividades da quadrilha e relações com policiais

As denúncias anônimas indicam que Taillon Pereira Barbosa ocupava uma função de comando na organização criminosa. Ele liderava atividades como transporte alternativo, fornecimento de água, gás e TV a cabo, além de cobrar "taxas de segurança" de comerciantes e moradores da região.

A quadrilha também estava envolvida em invasões de terras e construções imobiliárias clandestinas.

De acordo com informações do Ministério Público, Taillon tinha relações com policiais militares, como evidenciado em áudios interceptados durante as investigações.

Além disso, as atividades da quadrilha envolviam práticas violentas, como agressões, ameaças e mortes, resultando em um histórico de crimes na região.

A prisão de Taillon Pereira Barbosa ocorre após o trágico desabamento de edifícios na Muzema, que resultou na morte de 24 pessoas e gerou grande comoção na cidade do Rio de Janeiro.

 A Polícia Federal agora dará continuidade às investigações para reunir provas adicionais. O acusado enfrentará acusações relacionadas ao assassinato dos médicos e a outras atividades criminosas.


Morte dos médicos

Três médicos de São Paulo foram mortos no último dia 5 após serem atingidos por tidos em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. As vítimas estavam na capital fluminense para um congresso de ortopedia.

Os criminosos teriam chegado ao local e atirado ao menos 20 vezes contra os médicos. Além de Perseu Ribeiro, Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf Bomfim também foram mortos no ataque. O último era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim.

A Polícia Civil continua investigando o caso. Ainda não há informações sobre os suspeitos que atiraram nas vítimas.