Caso Henry: Monique coloca a tornozeleira eletrônica e deixa presídio
Mãe da criança, que foi morta no ano passado, saiu da cadeia na noite desta terça-feira por decisão judicial
Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, de 4 anos, morto ano passado, colocou a tornozeleira eletrônica no fim da manhã desta quarta-feira. Ela deixou o presídio Santo Expedito, em Bangu, por volta das 21h desta terça-feira, após decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal.
A magistrada determinou que Monique seja monitorada por tornozeleira eletrônica e fique em local diferente dos usados antes, com o novo endereço permanecendo "em sigilo e acautelado em cartório".
A magistrada também proibiu "qualquer comunicação com terceiros — com exceção apenas de familiares e integrantes de sua defesa —, notadamente testemunhas neste processo, seja pessoal, por telefone ou por qualquer recurso de telemática". Monique também estará impedida de realizar quaisquer postagens em redes sociais, "sob pena de restabelecimento da ordem prisional".
Ela estava atrás das grades havia praticamente um ano, desde 8 abril de 2021, quando também foi preso o ex-vereador Jairo Santos Souza Júnior, o doutor Jairinho, padrasto da criança. Jairinho, porém, continuará preso. Monique estava no Instituto Penal Santo Expedito, que faz parte do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. A liberdade revoltou o engenheiro Leniel Borel, pai de Henry:
"É inacreditável. A Monique é tão culpada pelos crimes quanto o Jairo. Iremos utilizar de todos os meios legais para recorrer dessa decisão", disse ele ao GLOBO.
Por outro lado, Machado Louro frisa, na mesma decisão, que Jairinho encontra-se em "situação diametralmente oposta" à de Monique. Na avaliação da juíza, "a defesa insiste em adiantar razões de mérito, cuja apreciação não tem sede nem momento processual adequado nesta fase".
Ela reforça, então, que os advogados do ex-vereador estariam repetindo-se "em questões já decididas, inclusive em instância superior, e, portanto, inteiramente superadas, sobre as quais nada há a prover ou decidir".
Procurados pelo GLOBO, os advogados Cláudio Dalledone e Flávia Fróes, que representam o ex-vereador, afirmaram que consideram a soltura de Monique "uma vitória", já que "a defesa de Jairinho sempre sustentou a inocência de ambos e a falta de materialidade que pudesse implicar os dois na trágica morte do menino".
A nota prossegue alegando que a "decisão é praticamente uma impronúncia de Monique, uma vez que a juíza ressalta que 'não há nos autos nenhuma indicação concreta de que a requerente (Monique) tenha visto sequer qualquer dos atos violentos'".
Por fim, os advogados acrescentam que os "argumentos utilizados pela juíza para determinar a soltura de Monique" serviriam, igualmente, para o ex-vereador, "embora ainda tramite na Justiça um embargo da ação de suspeição contra a referida magistrada".
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