Rayane Figliuzzi, blogueira acusada de estelionato, é presa no Rio
Rayane Figliuzzi estava em um restaurante no município de Areal, Região Serrana do Rio. Ela estava com mandado de prisão desde novembro do ano passado
Policiais militares do 38° BPM (Três Rios) prenderam, neste domingo (13), a blogueira Rayane Figliuzzi, suspeita de pertencer a uma organização criminosa de estelionatários, de acordo com informações do setor de inteligência da PM. Ela estava em um restaurante na Rua Mônica Quintella, no centro do município Areal, Região Serrana do Rio, após ser monitorada por quatro horas. Ela foi levada para a 108ª DP (Três Rios), onde o registro foi feito no fim da tarde de domingo.
Rayane é acusada de integrar um grupo que aplicava golpes de cartão de crédito. De acordo com informações do portal G1, a blogueira é noiva de Alexandre Navarro Júnior, de 28 anos, que comandava a quadrilha chamada de "Família Errejota” com 15 pessoas, e que incluía, além de Rayane, a irmã dele, Yasmin Navarro.
No Rio, os criminosos atuavam em um apartamento no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, onde parte da quadrilha foi presa em julho do ano passado. Era nesse imóvel alugado que funcionava o "escritório do crime", de acordo com a Polícia Civil.
Ainda segundo as investigações, foi montada uma espécie de central de telemarketing usada para ligar para vítimas dos golpes aplicados. A polícia constatou que a maioria das integrantes era oriunda de São Paulo e tinha vindo para o Rio de Janeiro especificamente para prática criminosa. Pelo menos duas delas tinham formação superior completa.
O mesmo golpe era aplicado também em Santa Catarina, sob o comando de Alexandre. O braço carioca foi desfeito no dia 7 de julho, quando policiais da 40ª DP (Honório Gurgel) prenderam o grupo em flagrante dentro do imóvel no Recreio dos Bandeirantes. Após terem a prisão preventiva decretada, segundo o G1, foram soltos. No entanto, um vídeo nas redes sociais, em que uma das rés, Rayane Silva Sousa, debochava da Justiça, fez com que o juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada, decretasse um novo pedido de prisão.
Na central estourada no Recreio, havia uma organização de como o trabalho funcionaria para dar mais veracidade ao golpe. Duas das acusadas eram as responsáveis pelo primeiro contato com os alvos ao telefone, alegando ser da central telefônica do banco. Elas diziam que passariam a ligação para outro setor. As outras acusadas entravam em cena, fazendo com que a pessoa revelasse dados bancários.
Segundo o G1, Rayane teve o pedido de prisão preventiva decretado em novembro e estava foragida. Numa das redes sociais, ela tem cerca de 87 mil seguidores. Outros integrantes seguem foragidos.
Como o esquema funcionava
O esquema fraudulento funcionava da seguinte forma: a estelionatária ligava para as pessoas, repetindo um script já escrito no qual se passava por funcionária da central de relacionamento dos bancos. Informava terem sido detectadas compras supostamente fraudulentas feitas com o cartão da vítima e se oferecia para fazer o cancelamento. Antes, pedia que fossem digitados dados sobre a agência bancária e a conta, além da senha. Essas informações eram armazenadas.
O bando se valia também de motoboys, que eram enviados na casa das vítimas para pegar os cartões que seriam “cancelados”. Muitas vezes, quando o golpe dava certo, eles deixavam um papel timbrado com a pessoa para comprovar a retirada. O objetivo, segundo Márcia Beck era dar um ar de “credibilidade” para a ação fraudulenta. De acordo com a polícia, eram softwares similares aos de bancos
E com os dados bancários dos cartões das vítimas em mãos, incluindo senha, faziam Pix, transferência, empréstimos, saques e compras, usando todo o crédito disponível da vítima, causando um prejuízo financeiro muito grande para essas pessoas. Somente uma das integrantes da quadrilha movimentou R$ 400 mil em duas semanas.