Jovem trans é morta a facadas: 'Até quando assistiremos calados?'
Amiga relatou assassinato em rede social e disse que crime ocorreu após Jasmyne ter aceitado sair com um cliente; ONG cita transfobia como motivação
O assassinato a facadas de uma jovem transexual em Maceió, Alagoas, vem causando comoção nas redes sociais. Identificada apenas como Jasmyne, de 20 anos, ela saiu com um cliente no último domingo, foi encontrada morta, segundo relatos de amigas. O Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego informou, por meio de seu perfil no Twitter, que foi o primeiro assassinato de uma pessoa LGBTQIA+ de 2022 no estado.
"Mês da visibilidade trans para quem? Jasmyne foi brutalmente assassinada a golpes de faca na manhã de ontem (9), em Maceió. Até quando perderemos as nossas irmãs para a transfobia? Até quando assistiremos calados?", diz o texto postado na rede social.
Amiga de Jasmyne, Lanna Hellen fez um desabafo em seu perfil no Twitter sobre o crime: "Que essa pessoa venha a pagar pelo que ela fez com a nossa amiga, nossa amiga que não tinha maldade nenhuma. A Jasmyne nunca brigou, nunca discutiu, era uma pessoa maravilhosa", disse, em vídeo postado no story.
Ela cobrou um posicionamento das autoridades: "Quantas de nós teremos que morrer ainda para poder chamar a atenção da sociedade, do governo, de alguma autoridade que faça alguma coisa pelas mulheres trans? No mês da visibilidade trans nossas irmãs estão tendo as vidas tiradas".
Lanna citou também a falta de oportunidades para mulheres trans no mercado de trabalho e diz que isso as faz recorrer à prostituição. "Somos seres humanos, somos pessoas. Queremos emprego, queremos trabalhar, queremos oportunidade. Queremos estar fora do mundo da prostituição. (...) São poucas as mulheres trans que têm alguma oportunidade em outras áreas de trabalho", disse.