Jacarezinho: Policiais viram réus por homicídio e fraude processual
Justiça aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público no âmbito da investigação sobre operação policial que culminou na morte de 28 pessoas
Dois policiais civis se tornaram réus no processo sobre a operação policial ocorrida na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, em maio deste ano. Um deles, Douglas de Lucena Peixoto Siqueira, responde pelo homicídio doloso de um rapaz e por fraude processual. Já o agente Anderson Silveira Pereira é acusado de ter cometido o segundo crime.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a denúncia contra eles foi a primeira a ser oferecida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ)
no âmbito da investigação sobre a operação que culminou na morte de 27 civis e um policial militar
. À frente do caso, a juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal, determinou que a Polícia Civil interrompa as investigações em curso e encaminhe todos os documentos relacionados para a Justiça. Os agentes, que integram a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), braço operacional da Polícia Civil, ainda foram proibidos de participar de operações policiais e de ter contato com pessoas que morem na comunidade.
O advogado deles, Gabriel Habib, disse em nota que "será comprovado no curso do processo que a morte de Omar foi decorrente de anterior intensa troca de tiros entre policiais de um lado e os traficantes armados com pistolas, fuzis e granadas". Ele se refere a Omar Pereira da Silva, de 21 anos. O jovem foi morto no interior de uma casa e, de acordo com a denúncia, estava encurralado, desarmado e já baleado no pé, escondido dentro do quarto de uma criança.
A acusação aponta que o policial responsável pelo disparo e outro agente retiraram o cadáver do local antes da realização da perícia de local de morte violenta. Além disso, conforme relata o jornal, eles teriam inserido uma granada no local do crime e, posteriormente, informado falsamente que encontraram um carregador e uma pistola com a vítima
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