Caso Prevent: Advogada detalha 'invasão assustadora' em escritório após denúncia

Bruna Morato representa seus clientes em depoimento concedido à CPI da Pandemia nesta terça-feira; invasão é investigada

Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado
Advogada representa mais de 10 médicos que denunciam a Prevent


Representante de 12 médicos que denunciam ações da Prevent Senior, a advogada Bruna Morato detalhou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia como foi a invasão ocorrida em seu escritório.  O caso já havia sido divulgado na semana passada e é investigado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) .


Bruna ressaltou que a invasão ocorreu semanas após vierem à tona as primeiras denúncias contra a operadora de saúde - a Prevent é acusada, entre outras coisas, de disseminar para seus pacientes o "kit Covid" , composto por remédios sem eficácia comprovada a doença, e de ocultar a Covid-19 dos registros de óbitos de pacientes .


"Foi uma invasão um tanto quanto assustadora também porque, em uma sexta-feira, pessoas entraram no meu prédio com um equipamento eletrônico muito moderno para o que eles foram fazer depois. Duplicaram o IP de todas as câmeras de todos os andares do prédio em que eu tenho escritório e deixaram o sistema de segurança vulnerável por quatro dias", contou a advogada aos senadores nesta terça-feira (28).


Bruna acrescentou ainda que os criminosos cortaram "o cano de um banheiro de um escritório vizinho, provocando um vazamento que inundou do oitavo ao terceiro andar, fazendo com que fosse necessário liberar a entrada de pessoas no prédio pra que fizessem os reparos devidos por conta desse vazamento". Da sua sala, segundo a advogada, eles roubaram um iPad e um computador.


Diante desse crime que lhe causou estranhamento - Bruna disse que a invasão ocorreu de sexta a segunda-feira, percorrendo várias salas do edifício e sem levar objetos de valor -, a advogada ressalta que se sente ameaçada. Seus clientes foram mantidos em sigilo até o momento.



Os médicos em questão denunciam a Prevent por impedir o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) para que o vírus circulasse nas unidades de saúde e a rede pudesse iniciar um protocolo com prescrição de cloroquina. Eles também dizem que eram obrigados a entregar o kit Covid sob pena de serem demitidos. A operadora nega as acusações.