Operações policiais compartilhadas na internet rendem altos lucros; veja valores

A conta do 'Delegado Da Cunha' conta com mais de 3 milhões de inscritos que possuem oito anúncios por vídeo; Ministério Público investiga policial por improbidade administrativa

Foto: Reprodução
Delegado 'Da Cunha' possui um canal no YouTube com mais de 3 milhões de inscritos

O compartilhamento de ações e operações policiais contra criminosos procurados pela Justiça elevou policiais ao status de celebridade. As produções são espetacularizadas através da utilização de câmeras, iluminação, drones e roteiro para repassar ao espectador o ambiente de uma ação policial. No caso do delegado Carlos Alberto da Cunha, 43 anos , seus vídeos podem render uma remuneração de até R$ 350.000 mensais - já que contam com uma presença considerável de anúncios. As informações são da jornalista Marina Lang.

Através de um canal no YouTube com mais de 3,6 milhões de inscritos, o agente de segurança possui altíssimos números de visualizações - que são revertidos em remuneração na sequência. Em uma das séries promovidos pelo 'Da Cunha', a operação que prendeu o "Jagunço" - suspeito de ser um matador do PCC, o maior grupo criminoso do país - contou com uma série de três episódioe e qusse 30 milhões de visualizações.

O uso de armas e viaturas da corporação - e por consequência do estado - para obtenção de vantagens próprias, colocou o delegado na mira do Ministério Público, Da Cunha passou a ser investigado pelo órgão por improbidade administrativa. O MP alega que o agente ostenta "uniforme e distintivo de forma incompatível com a envergadura do cargo e promovendo a empresa privada da qual é sócio".


O servidor foi afastado de sua funlão de delegado em junho e filiou-se ao MDB para, segundo pessoas próximas, se candidatar a deputado federal nas eleições de 2022.