Após usar uma réplica de arma, jovem é morto por policial em bar no Rio
Thiago Azevedo, de 19 anos levou três tiros de um policial militar de folga, que estava desconfiado do jovem
Por Agência O Globo | | Agência O Globo - |
Um jovem de 19 anos foi morto por um policial militar após utilizar uma arma falsa na noite da última quinta-feira(12), em Jardim Maravilha, bairro de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Thiago Azevedo estava em um bar com um amigo, na Rua Letícia, quando utilizou a réplica de uma arma durante uma brincadeira.
No local, havia um agente , que, de acordo com a Polícia Militar, desconfiou da atitude do rapaz. Segundo o policial, ao tentar realizar abordagem, o homem fez menção de que iria sacar uma arma , e o militar disparou contra o jovem.
Thiago foi atingido por três tiros e não resistiu aos ferimentos. Ele era estudante e trabalhava em um bazar no mesmo bairro onde residia. Horas antes de ser morto, ele publicou um vídeo na loja onde era funcionário. Ele vai ser enterrado neste sábado, ainda sem local e horário definidos.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital ( DHC ). Uma perícia já foi realizada no local. As duas armas utilizadas na ação, tanto a réplica que estava com a vítima quanto a arma do policial militar, foram recolhidas para perícia. As investigações estão em andamento para esclarecer o caso. O policial foi conduzido à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) para ser ouvido.
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Irmã diz estar sem chão
A família de Thiago está abalada , principalmente a mãe, Glória, com quem ele residia. A melhor amiga do jovem, Estefany Correa Da Silva Santos, disse ao Jornal Extra que o momento é "de extrema dor para família e os amigos" e questionou a forma como o policial reagiu ao achar que o estudante estava assaltando.
"É um momento de extrema dor para mim e para os familiares. Estou tendo crises de ansiedade. no momento, não estou bem para falar sobre o assunto. Como que vou seguir sem ele aqui? Quando ele se foi eu fui junto. A maior injustiça do mundo. O que ele tinha para viver foi levado com ele. Toda a alegria, os sonhos, os planos, os momentos felizes e tristes. Tudo foi embora. Ele não merecia a forma que morreu. Todos os conheciam como DJ Big Big. E do nada ele morre? Por conta do um erro de policial? Que achou que era um assalto e atirou três vezes?", afirma a amiga.
Em um relato emocionante publicado nas redes sociais, Estefany fala sobre a sua relação com o estudante de 19 anos. Ela lembrou da última mensagem trocada com o amigo, a quem tratava como irmão, combinava de ele ir conhecer a sobrinha.
"Eu não consigo acreditar que você se foi. Me recuso a entender que não vou mais poder te ver, te abraçar e rir com você. Contigo foi todos os nossos momentos de alegria e tristeza. Você era meu melhor amigo e confidente, mesmo me irritando, me perturbando, eu não haveria de achar um melhor amigo que você. Só de pensar que ontem nós estávamos nos falando para você vir aqui conhecer nossa pequena. Meu coração já dói. Me falta o ar. Meu pai, dói e a angústia tomou conta do meu ser. Não sei o que fazer não", afirmou.
A amiga do jovem disse que perdeu o chão quando recebeu a notícia de que ele havia sido morto por um PM. Estefany ainda elogiou o estudante e exaltou qualidades dele.
"Sinto no meu coração uma sensação de morte invadiu meu corpo quando recebi a notícia que você havia partido. Meu chão caiu debaixo dos meu pés. Saiba que sempre lembrarei de você, de suas brincadeiras, do seu jeito brincalhão e, acima de tudo, meu melhor amigo, do seu jeito trabalhar e honesto de ser. Nunca vou me esquecer de você, meu amigo irmão", disse.