De acordo com a vítima, os insultos circulavam pelos grupos de WhatsApp da empresa
reprodução arquivo pessoal
De acordo com a vítima, os insultos circulavam pelos grupos de WhatsApp da empresa

Ex-consultor da Unimed-BH  registrou queixa de injúria racial e homofobia contra ex-colegas de trabalho da operadora de saúde na Polícia Civil de Minas Gerais . O ex-funcionário também move ação judicial contra a própria companhia. As informações são do jornal Estado de Minas.

Bruno Oliveira, de 40 anos, relata ter sido humilhado no ambiente de trabalho pouco mais de seis meses depois de ser contratado pela empresa, onde atuou de janeiro de 2017 a agosto de 2018. Além das constantes associações de sua imagem ao personagem Vera Verão, vivido pelo ator e comediante Jorge Lafond (1952-2003) nos anos 1990, o ex-funcionário alega ter sofrido constrangimentos públicos durante eventos corporativos.

Um desses episódios foi registrado em vídeo, que foi anexado ao processo judicial. Bruno contou ao EM que nesse dia ficou muito decepcionado e, "para piorar, toda a cena em que me ofendem foi filmada e compartilhada via WhatsApp e distribuída aleatoriamente em grupos de conversa”, contou o profissional.

Segundo o Bruno, os insultos vinham de gestores e colegas de trabalho, e circulavam nos grupos de WhatsApp da empresa, com montagens de fotos e vídeos. Ainda de acordo com o ex-empregado, a humilhação se estendeu pelos corredores da sede da operadora de saúde.

Para se defender, a vítima disse ter feito vários alertas à chefia e aos colegas de trabalho de que as piadas tinham tom preconceituoso e o ofendiam, mas teria sido ignorado.

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“Toda vez que eu falava com a gestão, eu era ironizado. Me diziam: ‘Ah, não precisa disso’. Nada foi feito, ninguém foi penalizado, embora essas atitudes estivessem em desacordo com as diretrizes do código de conduta da empresa. Na minha entrevista de desligamento, expus a situação à assistente de RH e disse que pretendia acionar a Justiça. Para a minha surpresa, ela disse para eu pensar bem, pois isso poderia me fechar portas no mercado”, relatou Bruno.

Depois disso, o homem contou que chegou a hesitar em levar o caso à Justiça, pois temia que isso realmente fosse o prejudicar profissionalmente. "Acontece que, agora, tenho um filho de três meses. Não quero que ele passe por isso", refletiu.

De acordo com o portal, o processo por danos morais decorrentes de prática de injúria racial e exposição de imagem ao ridículo corre na 34ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.

Resposta da Unimed-BH

Em nota ao Estado de Minas, a Unimed-BH afirmou que repudia qualquer atitude ou ação que demonstre preconceito de raça ou gênero dentro da Cooperativa e tem entre seus valores a ética e o respeito nas relações com todos os públicos. A operadora ainda destacou que “não comenta assuntos que transcorrem em Justiça".

O jornal também tentou contato com os ex-colegas de trabalho de Bruno que foram citados na queixa, mas não obteve sucesso.

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