Polícia vai pedir prisão preventiva de alemão suspeito de pornografia infantil
Klauss Berno Fisher tinha pelo menos 30 mil arquivos pornográficos escondidos dentro de uma parede falsa
Por Agência O Globo |
A Polícia Civil vai vai solicitar à Justiça a decretação da prisão preventiva do alemão Klauss Berno Fisher , de 73 anos. Suspeito de usar um estúdio, na Zona Oeste do Rio, para produzir cenas de pornografia com crianças e adolescentes , Klauss já está atrás das grades desde o último dia 13 de agosto, por conta de um mandado de prisão temporária, que foi renovado por mais 30 dias.
Segundo o delegado Luiz Maurício Armond, da 35ª DP (Campo Grande), o pedido será feito assim que ficarem prontas algumas análises de perícias feitas no material usado pelo alemão para gravar os filmes pornográficos.
Dentro do estúdio, localizado no Bairro do Santíssimo, em uma área de mata em frente à comunidade Cavalo de Aço, a polícia encontrou, entre outras coisas, computadores, Hds de memória, brinquedos e itens de sadomasoquismo, como roupas íntimas, algemas e fantasias. Só numa parede falsa da casa, foram encontrados 30 mil arquivos criptografados com filmagens de pornografia infantil.
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De acordo com o delegado, a investigação já teria chegado a outras vítimas de Klauss, além das duas que foram ouvidas pela polícia. A investigação começou depois que mães de duas meninas, na faixa de 10 e 14 anos, denunciaram que o alemão havia abusado sexualmente das adolescentes .
"Estamos terminando de analisar as perícias que vão importar em mais detalhes. Assim que as análises terminarem, pediremos a preventiva", disse o delegado, que não revelou o número total de vítimas do alemão já identificadas pela polícia.
A suspeita dos investigadores é de que as cenas gravadas por Klauss fossem vendidas na deep web — parte da internet que não aparece nos mecanismos de busca e é usada para o comércio de drogas e pornografia infantil — para consumidores europeus. Segundo os depoimentos prestados na 35ªDP, o alemão chegava a gravar filmes temáticos pornográficos.
Numa ocasião, de acordo com inquérito instaurado para investigar o caso, Fischer obrigou duas meninas a usar fantasias de indígenas e gravou as crianças fazendo sexo numa área de mata. Ainda de acordo com a investigação, Klauss Berno Fisher oferecia valores entre R$ 30 e R$ 50 e até comidas, como sorvetes e lasanhas, para as crianças e adolescentes participarem das filmagens.
Até agora, todas as vítimas identificadas pela polícia são do sexo feminino . Fisher foi preso na noite do último dia 13 de agosto, em um sítio de Seropédica, na Baixada Fluminense.
Ele havia fugido para o local quando a polícia descobriu a existência do estúdio, onde a maior parte das filmagens era produzidas. Segundo a polícia, no momento da abordagem, Fischer tentou fugir e sofreu uma queda, que provocou ferimentos no rosto do homem.
Ele responde por crimes de estupro de vulnerável e pelos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que tipificam o crime de produção e venda de material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes. De acordo com a polícia, Klauss está no Brasil desde a década de 1980 e é natural da cidade alemã de Berlim.