Polícia prende travesti que extorquia dinheiro em encontros marcados no Tinder

Wilker William Cardozo da Silva se apresentava como Priscila e aplicava golpes desde 2017

Silva foi preso após fazer um homem refém por três horas na noite de quarta-feira (2).
Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Silva foi preso após fazer um homem refém por três horas na noite de quarta-feira (2).

Policiais da 12ª DP (Copacabana) prenderam na manhã de quinta-feira um travesti que aplicava golpes e ameçava vítimas com quem marcava encontros no Tinder, um aplicativo de relacionamentos. Wilker William Cardozo da Silva, de 20 anos, se apresentava como Priscila na rede social.

Silva foi preso após fazer um homem refém por três horas na noite de quarta-feira. O criminoso utilizou uma faca para exigir da vítima, de 24 anos, uma transferência bancária no valor de R$ 2.100,00. A vítima apenas foi liberada quando a mãe fez o pagamento. Depois do susto, registou uma denúncia na mesma noite.

Segundo os investigadores, o criminoso agia dessa forma desde 2017 e as vítimas apenas descobriam na hora do encontro, em um imóvel em Copacabana, que Priscila era travesti. Eram obrigadas a pagar por um programa sexual imposto e valores exorbitantes deviam ser repassados pelas próprias vítimas ou por familiares.

Para a polícia, Silva confiava que as vítimas teriam vergonha de fazer denúncias. Já havia contra ele uma queixa pelo mesmo crime registrada em 2017 na 13ª DP (Ipanema). Ainda assim, permanecia em liberdade cometendo o mesmo delito. O criminoso vai responder por roubo qualificado, emprego de arma branca e restrição de liberdade da vítima.

"O Tinder é uma terra perigosa. Muitos criminosos agem ali e confiam que as vítimas terão vergonha de denunciar à delegacia, o que realmente acontece", disse a delegada titular da 12ª DP, Valéria Aragão.

Procurada para comentar o caso, a assessoria do Tinder ainda não respondeu solicitação do GLOBO.

'Tinderela'

Em 2018, teve grande repercussão o caso do empresário Roberto Del Cima, de 69 anos, que foi esfaqueado dentro da própria casa após marcar um encontro no mesmo aplicativo. Apelidada posteriormente de "Tinderela", a golpista Sergiara de Oliveira Riberio, de 24 anos, que se identificava como Vivian, foi de carro à casa de Roberto com um homem escondido dentro do porta-malas do veículo. Eles levaram jóias, relógios e um laptop da residência. Sergiana e o comparsa, Victor Hugo Dias Almeida, de 26 anos, foram presos em um hotel em Juiz de Fora (MG).