Mortes em Paraisópolis decorreram de ação da PM, diz Corregedoria

Documento obtido pelo jornal Folha de S.Paulo reconhece que nove pessoas morreram por ação policial, mas pede arquivamento do caso alegando legítima defesa

Foto: Agência O Globo
Coalizão Negra por Direitos em protesto em frente a sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, a política do governo de Doria.

O documento final da investigação sobre tragédia em um baile funk de Paraisópolis em dezembro de 2019 concluiu que a ação policial foi responsável pelas mortes de nove jovens que estavam no local. O documento foi obtido pelo jornal Folha de S.Paulo e divulgado nesta quinta-feira (5), pouco mais de quatro meses após o crime.

No documento, a Corregedoria da polícia também afirma que no caso de Paraisópolis os policiais agiram em "legítima defesa própria e de terceiros" após ataque do público com objetos. Por isso, garante que não houve crime por parte dos PMs.

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A narrativa da Corregedoria aponta que os militares iniciaram meios não letais de proteção para não serem agredidos após um dos vidros de uma viatura ser quebrado. Segundo o documento, os jovens que entraram na viela onde foram pisoteados o fizeram por falta de conhecimento geográfico do espaço, "bem como interesse em fugir daquela autoridade pública".

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Além dos policiais , os pais dos jovens mortos também são apontados como corresponsáveis pela própria morte, já que, segundo documento, eles foram negligentes e "têm suas parcelas de responsabilidades pela omissão na guarda dos menores”.

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Falhas da polícia, como deixar o GPS das viaturas desligados, foram destacadas pelo documento. Para isso, é sugerida uma investigação. Apesar disso, a corregedoria pediu que a investigação fosse arquivada. O Ministério Público, por sua vez, pediu mais diligências.

Em nota, a  Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que "Todas as circunstâncias relativas aos fatos, incluindo as responsabilidades civis, também são apuradas por meio de inquérito conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)". A corregedoria afirmou que "após o pedido de cota ministerial, novas apurações relativas ao referido inquérito policial militar estão em andamento. Após a conclusão dessa etapa, o IPM será remetido à Justiça Militar e ao Ministério Público, órgãos competentes para a análise".