Brigas de família podem ter causado morte de irmão de bicheiro, afirma amigo

Bidi foi morto com quarenta tiros quando voltava do desfile de carnaval na terça-feira (25)

O assassinato de Alcebíades Paes Garcia foi motivado por uma briga de família - é o que afirma o presidente de honra da Acadêmicos do Salgueiro, Rafael Alves. A declaração foi dada após o enterro de Bidi , como Alcebíades era conhecido, no início da tarde desta quarta-feira (26), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, Zona Norte do Rio.

Leia também: Irmão de bicheiro foi assassinado após ser testemunha em investigação policial

Bidi foi encontrado já sem vida dentro de van na Barra da Tijuca
Foto: Reprodução
Bidi foi encontrado já sem vida dentro de van na Barra da Tijuca



“Era meu amigo há 15 anos. Mais um membro da família que sofre essa covardia, que a gente não sabe onde isso vai acabar. Essa briga de família que o Rio de Janeiro sabe de onde vem e, infelizmente, a justiça e a polícia não estão conseguindo solucionar esses crimes. Alguém tem interesse nisso. Não sei quem é, quem tem que solucionar é a polícia”, falou.

A família Garcia é apontada pela polícia como chefe do jogo do bicho no Rio. Segundo o presidente de honra do Salgueiro, Bidi não convivia muito com a família.

Você viu?

"Ele tinha uma relação de afastamento com a família, não era de dia a dia, não tinha briga, guerra. Bidi não tinha guerra com ninguém. Eram brigas por bens, inventários, eram essas coisas que, infelizmente, nunca chegaram num acordo para isso acabar. Infelizmente, o dinheiro, o poder e a ganância estão falando mais alto e nisso vidas estão indo embora e famílias chorando", declarou.

Rafael é marido de Shanna Harrouche Garcia, sobrinha de Bidi, que também sofreu um atentado em outubro do ano passado. Segundo ele, tio e sobrinha tinham um bom relacionamento. "Ele tinha zero disputas com a Shanna, com ela estava super bem", afirmou. Entretanto, Shanna Garcia não foi ao enterro do tio.

Bidi foi morto com quarenta tiros quando chegava em casa, na Barra da Tijuca , Zona Oeste do Rio, na madrugada de terça-feira. Ele voltava da Marquês de Sapucaí, após aproveitar o segundo dia de desfiles das escolas de samba do grupo especial.

Leia também: Jovem é esganada pelo ex-companheiro durante série de agressões no Rio

"Domingo a gente passou juntos. Entramos na frente da escola na avenida, ele não desfilou com camisa de diretoria, mas veio à frente da escola, prestigiando. Não temos briga no Salgueiro, a gente respeita o atual presidente, o André, a gente ama a escola independente de quem esteja a frente dela. A família Garcia sempre apoiou a escola, todo mundo sabe disso. Ele ficou com a gente no camarote, foi também no camarote King, ficou rindo, brincando, ele estava com a credencial, então rodou tudo, foi em mais de um camarote", disse. 

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando o crime.