Grupo de fugitivos do PCC no Paraguai tinha 40 brasileiros

Fuga ocorreu neste domingo (19) por meio de um túnel cavado pelos presos. Local do presidio faz parte de uma rota de drogas que chegam ao Brasil

Polícia Militar do Paraguai faz buscas em torno do presídio em Pedro Juan Caballero, onde houve a fuga de 75 membros do PCC
Foto: Reprodução/Twitter
Polícia Militar do Paraguai faz buscas em torno do presídio em Pedro Juan Caballero, onde houve a fuga de 75 membros do PCC

O Ministério da Justiça do Paraguai informou neste domingo (19) que 40 brasileiros e 35 paraguaios são os fugitivos do PCC (Primeiro Comando da Capital) da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.  A fuga dos presos ocorreu durante a madrugada e, apesar de ter sido encontrado um buraco no local, autoridades suspeitam que os presidiários tiveram ajuda de agentes penitenciários e saíram pela porta da frente.

Segundo o ministro do Interior paraguaio, Euclides Acevedo, não está descartada a possibilidade de que a fuga foi facilitada por funcionários do presídio. O túnel, ainda de acordo com Acevedo, pode ter servido de fachada para a fuga.

Em entrevista coletiva, a ministra da Justiça do Paraguai, Cecília Pérez disse que o governo chegou a identificar um suposto plano de fuga em dezembro do ano passado e a suspeita é que os membros do PCC tenham oferecido US$ 80 mil (R$ 332.952,00) a agentes penitenciários e policiais.

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Um dos fugitivos, segundo o governo paraguaio, é David Timóteo Ferreira, considerado o líder do PCC dentro do sistema penitenciário do Paraguai. Outros seis são tidos como matadores de aluguel ligados ao tráfico.

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Em uma publicação no Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que trabalha em conjunto com governos estaduais para evitar que os fugitivos voltem.

O comunicado de Moro foi feito após o Ministério do Interior do Paraguai anunciar estado de alerta máximo de segurança e dizer que alguns dos presos podem ter esacapado para o Brasil.

Após a fuga, a polícia de Ponta Porã (MS), que fica na fronteira do Brasil com o Paraguai, encontrou três veículos queimados na BR-463, próximo ao distrito de Sanga Puitã, do lado brasileiro da linha internacional que separa os dois países.

Foto: Sejusp MS/Divulgação
Três caminhonetes foram incendiadas no lado brasileiro da fronteira com o Paraguai, em Ponta Porã

Por isso, o secretário da Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, disse que foram deslocados 200 policiais de várias forças para a região.

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"São homens da Polícia Rodoviária Estadual, do Departamento de Operações de Fronteira, além de equipes do Bope, Choque e Garra da capital (Campo Grande), com apoio de helicóptero nosso. Vamos fechar não só a fronteira, mas também as divisas com os Estados de São Paulo, Paraná e Goiás, pois já temos a informação de que muitos dos fugitivos são brasileiros de fora do nosso Estado”, afirmou.