Integrante do MST é atingido por bala de borracha na cabeça em ação de despejo

Em ação de reintegração de posse, mais de 700 famílias foram despejadas na Bahia. MST afirma que polícia foi violenta e que houve quebra de acordo

Laurindo Pereira da Silva foi atingido por bala de borracha em ação da Polícia Federal e Militar de reintegração de posse.
Foto: Divulgação/MST
Laurindo Pereira da Silva foi atingido por bala de borracha em ação da Polícia Federal e Militar de reintegração de posse.

Um integrante das famílias do  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupavam terrenos no municípios de Juazeiro e Casa Nova, no norte da Bahia , foi atingido com bala de borracha na cabeça durante uma reintegração de posse da Polícia Federal e Militar na manhã desta segunda-feira (25). Na ação, mais de 700 famílias foram despejadas..

Leia também: PF faz reintegração de terrenos ocupados por 700 famílias do MST

A polícia afirma que a ação foi pacífica. De acordo com as famílias despejadas, no entanto, os oficiais as famílias despejadas afirmam que eles “chegaram atirando”, com bombas de fumaça, spray de pimenta e balas de borracha. Segundo eles, casas chegaram a ser destruídas. O membro que foi atingido, Laurindo Pereira da Silva, foi socorrido e está estável. 

Em nota, o MST solicitou posicionamento do governo estadual sobre a truculência da ação e afirmou que, pelas “investidas violentas contra os movimentos sociais do atual governo, os acordos foram quebrados e as famílias vítimas, mais uma vez”. 

Segundo o movimento, as famílias ocupavam o local desde 2007 por meio de um acordo entre o governo federal e estadual, o Ministério Público Federal, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Ouvidoria Agrária e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba ( Codevasf ), empresa que entrou em ação judicial pedindo a reintegração do terreno.

Leia também: Mortes de policiais caem 35%, mas letalidade da polícia sobe 50% em São Paulo

No local, havia três acampamentos do MST – Abril Vermelho, Irmã Dorothy e Irani de Souza. De acordo com o movimento, eram produzidos anualmente mais de 7 mil toneladas de alimento, gerando emprego e renda, direta e indiretamente para cerca de 5 mil famílias. O Incra ficou responsável por um novo assentamento.