Da Itália pro mundo: saiba como o panetone se tornou um ícone natalino
Débora Oliveira
Da Itália pro mundo: saiba como o panetone se tornou um ícone natalino

O Natal já está batendo à porta e, com ele, toda a magia dessa época, acompanhada de tradições que encantam diferentes gerações. Entre os principais símbolos da festividade está o panetone, que se tornou um verdadeiro clássico nas mesas ao redor do mundo. Com sua massa fofa e recheios que variam entre frutas cristalizadas e chocolate, a delícia é considerada presença obrigatória para quem deseja viver o espírito natalino.

Diante de tanta popularidade, uma dúvida paira em relação a origem do produto. O panetone tem suas raízes na Itália, mais especificamente em Milão, onde surgiu como uma receita ligada a histórias e tradições da corte renascentista. A lenda mais popular diz que o inventor do panetone foi Toni, um ajudante de cozinheiro do duque de Milão Ludovico Sforza, chamado “Il Moro”, no final do século 15.

Na véspera de Natal , durante um banquete da nobre família Sforza, um incidente quase arruinou a celebração: o cozinheiro queimou a sobremesa. Para contornar o problema, Toni, seu ajudante, recorreu a um pão fermentado que havia reservado para as festividades. Com um toque de criatividade, ele acrescentou farinha, ovos, passas, frutas cristalizadas e açúcar, criando uma massa leve e saborosa.

O resultado foi tão surpreendente que encantou a família Sforza, que decidiu batizar a nova iguaria de pan di Toni. Com o tempo, o nome evoluiu para o famoso panetone . Ao longo dos séculos, o prato típico de Natal cruzou fronteiras, incorporando adaptações e novos sabores, mas mantendo sua essência como símbolo de união e celebração.

Outra versão sobre a origem do panetone envolve Ughetto degli Atellani , um jovem milanês que se apaixonou por Adalgisa, filha de um padeiro. Para conquistar a amada e ajudar a salvar o negócio da família dela da falência, Ughetto teria criado um pão especial, enriquecido com manteiga, mel e frutas. A receita fez tanto sucesso que trouxe prosperidade à padaria e garantiu o amor de Adalgisa. Outra narrativa credita a criação a Irmã Ughetta, uma freira de um humilde convento nos arredores de Milão. Ela teria inventado uma nova receita de pão, com frutas e mel, para alegrar as irmãs em uma celebração de Natal, dando início à tradição.

Como o panetone se popularizou no Brasil

No Brasil, a popularização do panetone é creditada a Carlo Bauducco, que desempenhou um papel fundamental na difusão do produto no país. A trajetória começou em 1952, com a abertura da Doceira Bauducco no bairro do Brás, em São Paulo, uma região marcada pela forte presença da comunidade italiana.

Carlo Bauducco , empresário italiano, chegou ao Brasil em 1949 trazendo consigo a receita original do panetone italiano, cuidadosamente escrita à mão, e o segredo da massa madre — um fermento natural feito de farinha e água, essencial para o preparo do tradicional doce de Milão. Ciente do potencial de sucesso entre a vasta comunidade italiana em São Paulo, Carlo decidiu investir na produção local da iguaria natalina, apostando em um mercado promissor.

Junto de sua esposa e seu filho, ele fundou a empresa que, anos mais tarde, se tornaria uma das mais reconhecidas do Brasil. Além de consolidar o panetone como um clássico nas festas de fim de ano, a família Bauducco também revolucionou o mercado ao criar o Chocottone , uma versão inovadora com gotas de chocolate substituindo as tradicionais frutas cristalizadas.

A ideia surgiu de Massimo Bauducco, neto de Carlo, ao observar que muitos de seus amigos adoravam o panetone, mas evitavam as frutas. O produto foi um sucesso imediato, conquistando especialmente o público jovem. O termo Chocottone é registrado e exclusivo da marca, mas sua popularidade inspirou o surgimento de versões similares por outras empresas, ampliando ainda mais o mercado desse tipo de doce.

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