Durante a visita de Estado ao Brasil, o presidente da China, Xi Jinping , recebeu presentes que simbolizam a cultura, a ancestralidade e a inovação brasileira. O encontro ocorreu na manhã de quarta-feira (21), no Palácio do Alvorada, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou a entrega dos objetos.
Os presentes reforçam o diálogo entre modernidade e sustentabilidade, ao reunir elementos representativos das culturas e ecossistemas brasileiros, conectando-os às tradições chinesas.
Um dos destaques foi a obra “Aralong (2024)”, criada pelo artista paraibano Christus Nóbrega, professor da Universidade de Brasília (UnB). A fotomontagem utiliza uma imagem da floresta amazônica como base, sobre a qual um livro aberto revela silhuetas de plantas em acrílico transparente. As figuras remetem à espiritualidade da mata e à conexão entre natureza e tecnologia.
A obra inclui fotografias que dialogam com os temas de ancestralidade e sustentabilidade. Uma delas retrata uma mulher indígena Kayapó, simbolizando força e resistência cultural. Outra mostra crianças chinesas, representando a ligação entre gerações.
A composição central da obra é a figura mitológica de Aralong, que combina a arara amazônica e o dragão chinês. Segundo o artista, a quimera representa a irmandade entre Brasil e China e a potência de seus ecossistemas.
Xi Jinping também recebeu cerâmicas marajoaras e Santarém, que remetem às culturas ancestrais da Amazônia.
Veja presentes:
- Vaso Marajoara: produzido com técnicas tradicionais da Ilha de Marajó (PA), representa a diversidade de formas e a riqueza decorativa dos povos indígenas que habitaram a região entre os séculos IV e XIV.
- Cerâmica Santarém: destaca o estilo peculiar de modelagem e incisão dos indígenas Tapajós, produzida entre os anos 900 e 1600 no baixo rio Tapajós.
- Outro presente foi um banco indígena Waurá, em formato de onça, animal que simboliza força e respeito na cosmologia dos povos do Xingu.
Tecnologia sustentável
Como símbolo de inovação, o Brasil presenteou o presidente chinês com o Amazon Air Water, um sistema de captação de água potável dos chamados “rios voadores” — massas de ar carregadas de vapor de água que circulam sobre a Amazônia. O equipamento foi desenvolvido para suprir a necessidade de água potável em regiões de difícil acesso, destacando a preocupação com sustentabilidade.
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