Os mais novinhos, talvez, ainda não saibam, mas Brasília guarda no “acervo de orgulhos” um nome que foi – e que é – responsável por muitos gritos, sorrisos e por inúmeras vitórias do Brasil no kung fu, especialmente nas competições mundiais.
Popularmente chamada de Paulinha Coach Pink , Paula Amidani é um verdadeiro destaque e inspiração no cenário das artes marciais, do coaching esportivo, no Brasil e, claro, em outros países.
Com uma comunidade de 16 mil seguidores nas redes sociais, resultado da carreira de sucesso na tradicional modalidade chinesa, a lutadora motiva pessoas a alcançarem a melhor versão de si mesmas antes dos 40 anos, divulgando a rotina de treinos intensos, kung fu e hábitos de vida saudáveis.
Mesmo após um hiato de 10 anos sem competir nas américas, as cerca de 600 medalhas na bagagem como atleta incentivaram Paula Amidami a confirmar o próximo desafio: será no dia 23 de agosto, quando a brasiliense seguirá aos Estados Unidos, onde participará do 14º Campeonato Pan-Americano de Kung Fu, para onde levará a bandeira do Brasil durante as disputas na Califórnia ( veja como apoiar abaixo ).
Nascida e criada em Brasília, Paula, que tem 42 anos, iniciou a trajetória no kung fu quando tinha apenas 10 anos, uma menina. A paixão pela arte marcial chinesa, uma das mais antigas do mundo, cresceu com ela, resultando em uma impressionante carreira esportiva.
Entre as conquistas mais notáveis estão seis títulos de campeã do Pan-Americano e Internacional de Wushu, seis vitórias no Mundialito de Kung Fu, além de um histórico invejável na seleção brasileira da modalidade.
“Entrei no balé aos três anos de idade e, na minha infância, fiz várias modalidades, como judô e jazz, e aos 10 anos de idade, meus irmãos começaram a brincar comigo, que haviam se matriculado no kung fu e que a luta era coisa apenas de homem. Os amigos deles também estavam fazendo, que era para eu ficar no meu ‘balézinho’ mesmo, porque kung fu era para eles. Eu me senti desafiada e, aos 10 anos de idade, eu já tinha esse senso de que não existia nada para homem ou mulher, exclusivamente”, revelou ao GPS|Brasília .
Inclusão social
A trajetória da brasiliense também é marcada por vitórias em competições de prestígio, como o Campeonato Mundial de Kung Fu, realizado na China, em 2023, quando conquistou duas medalhas de ouro.
Além dos pódios, Paula se dedica ao trabalho social e utiliza o kung fu como uma ferramenta para abrir oportunidades a jovens e crianças carentes, em um projeto viabilizado pela Lei de Incentivo ao Esporte. A medalhista é professora voluntária do projeto Jovens Talentos , o qual é chancelado pelo Ministério dos Esportes.
“Minha missão vai além das competições; quero transformar vidas através do kung fu. Acredito que as artes marciais têm o poder de promover o desenvolvimento pessoal e social”, explicou.
Além do sucesso nas competições, Amidani é uma defensora fervorosa do kung fu no Brasil. Ela desempenha um papel ativo na Associação Nacional dos Atletas de Kung Fu Wushu (ANAKW) e faz parte do comitê internacional de atletas da International Wushu Federation (IWUF). O impacto da atuação da atleta também se estende à mídia, com participações em grandes veículos e emissoras, como SBT e Rede Globo, canais onde chegou a ser entrevistada por Hebe Camargo e Jô Soares, além do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, por exemplo.
Com 32 anos de dedicação ao kung fu, Paula Amidani diz que os maiores presentes que a arte marcial lhe proporcionou foram além do que as centenas de medalhas recebidas no decorrer da carreira esportiva profissional.
“Hoje, percebo que as medalhas são importantes, mas o que realmente fica são as experiências e as pessoas que conhecemos ao longo da jornada. O esporte me deu amigos para a vida toda e me proporcionou vivências que carregarei para sempre”, reconheceu.
Apoio ao esporte
Mesmo após uma pausa nas competições para se dedicar à família e à carreira como educadora física e personal trainer, Paula continua a equilibrar a rotina entre aulas e treinamentos. Agora, ela se prepara para retornar aos grandes campeonatos pan-americanos.
“Minha próxima competição é o 14º Campeonato Pan-Americano de Kung Fu, que vai acontecer em Santa Clara, nos Estados Unidos. Faz tempo que eu não participo de um campeonato pan-americano. Passei um tempo parada me dedicando à profissão de personal trainer, de coach de crossfit, então o último pan-americano que eu estive foi em 2014, ou seja, estou há 10 anos sem participar de uma competição similar. No ano passado, participei do Mundial de Kung Fu, realizado na China, onde consegui duas medalhas de ouro. Então, acredito que nesse campeonato pan-americano eu consiga conquistar também duas medalhas de ouro”, animou-se.
Recentemente, Paula enfrentou um revés, quando o principal patrocinador da carreira dela, devido a uma mudança de prioridades após as catástrofes climáticas ocorridas no Rio Grande do Sul, redirecionou os fundos que seriam destinados ao apoio da medalhista e de outros atletas para auxiliar na reconstrução do estado gaúcho.
“Estamos buscando novas formas de financiar a viagem para a Califórnia, mas entendemos e apoiamos a decisão do patrocinador de ajudar as vítimas daquele desastre. A gente tem que buscar, tem que fazer essas propostas de patrocínio para outras empresas e procurar alguma forma de conseguir o recurso, que não é barato: são pelo menos US$ 3 mil [o que equivale a mais de R$ 15 mil] “, disse.
Para acompanhar mais sobre a brasiliense que faz história para Brasília e ao Brasil, assim como as iniciativas profissionais de Paula Amidani, os apoiadores podem conferir os perfis nas redes sociais , onde ela compartilha não apenas a trajetória vitoriosa no kung fu, mas também a vida como coach esportiva, personal trainer e amante dos esportes.
“Hoje, o meu Instagram é muito profissional e, nos destaques dos stories, tenho contado a minha trajetória na carreira e é onde eu explico como que eu entrei no kung fu, quantas medalhas eu tenho até agora e o lugar para que todos possam me conhecer um pouquinho mais da minha história”, disse.
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