Nesta segunda-feira (22), celebra-se o Dia Mundial do Cérebro, com o tema “Brain health and prevention: protecting our future” (Saúde e Prevenção do Cérebro: Protegendo Nosso Futuro). Em homenagem à data, o GPS|Brasília conversou com o neurologista e professor de Neurociências e terapias complementares, Italo Almeida, para compreender melhor a enxaqueca e como cuidar dessa condição.
De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é a segunda maior causa de incapacidade em todo o mundo, sendo a principal nos países da Europa ocidental e Austrália. As crises de enxaqueca, podem durar de quatro a 72 horas.
Estima-se que 90% da população mundial já tenha experimentado pelo menos uma crise de dor de cabeça ao longo da vida, enquanto 30% já sofreram crises de enxaqueca. Mais de um bilhão de pessoas sofrem de enxaqueca em todo o mundo, sendo de 20% a 30% mulheres e de 6% a 15% homens. No Brasil, o número de pessoas afetadas chega a cerca de 30 milhões.
Segundo o neurologista Italo Almeida, a enxaqueca é uma doença multifatorial, com diversos fatores envolvidos em seu desencadeamento. “Um dos principais fatores é a questão hormonal, o que explica a predominância da enxaqueca em mulheres, especialmente as mais jovens. Além disso, fatores alimentares, como a ingestão de laticínios, e o déficit de algumas substâncias, como magnésio e vitamina B6, também podem provocar enxaqueca. O álcool é outro grande desencadeante”, detalha.
Ele também menciona que a enxaqueca pode ser influenciada pelo aumento da pressão arterial, especialmente em mulheres mais velhas, e explica a importância da atividade física. “A predisposição genética tem uma influência de no máximo 17 a 20%. O restante é comportamento. A falta de exercício físico, principalmente aeróbico, é outro fator importante. Um estudo da USP, de 2017, mostrou que três dias de exercícios aeróbicos de 40 minutos podem reduzir as crises em até 40%”, justifica o médico.
Sintomas e tratamento
Os sintomas da enxaqueca incluem dor de cabeça, sensibilidade à luz, cheiros ou barulhos, náuseas e vômitos, incômodo visual, formigamento e tonturas. O especialista Italo Almeida, também afirma que durante a TPM (Tensão Pré-menstrual) e a menstruação, as crises podem piorar.
“A enxaqueca é uma das dores de cabeça mais frequentes, e a diferença para a dor de cabeça tensional ou dores ocasionais é a frequência, intensidade e tipo de dor. A enxaqueca costuma ter uma frequência variável, podendo ocorrer desde duas vezes por semana até uma crise por mês. A dor é geralmente pulsátil, muitas vezes associada a náuseas, vômitos e fotofobia (intolerância à luz).”
O tratamento da enxaqueca requer uma avaliação detalhada e pode incluir a reposição de substâncias como magnésio e vitamina B6, além de mudanças dietéticas, como a redução de laticínios, glúten e álcool. A prática de atividade física regular também é recomendada. “Medidas comportamentais são essenciais para um melhor controle da enxaqueca. Em alguns casos, o uso de botox pode ser eficaz, assim como a cannabis medicinal (CBD) para alguns pacientes”, explica o neurologista.
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