Ao longo dos séculos, tesouros culturais de países colonizados foram espalhados pela Europa, inclusive os brasileiros. Mas em setembro de 2024 um artefato sagrado voltou para o solo nacional, 300 anos depois: um manto dos Tupinambás. Reprodução: Flipar
Essa vestimenta cerimonial possui quatro mil penas de araras vermelhas e mede pouco menos de um metro e oitenta. Reprodução: Flipar
O elemento-chave na cultura Tupinambá tinha significado ritualístico e simbólico relacionado às hierarquias sociais e ao poder dentro da tribo. Era, muitas vezes, usado como roupa cerimonial pelos povos indígenas costeiros. Reprodução: Flipar
Contudo, o artefato foi levado do povo Tupinambá durante o período colonial português em uma expedição ao Brasil. Algo recorrente na relação entre metrópoles e colônias. Reprodução: Flipar
Após o roubo, a manta foi levada para o velho continente como parte da coleção de Frederico III, em 1689. Reprodução: Flipar
Ela também passou por diversas coleções de museus reais na Dinamarca. Coube ao Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague, ser o último portador de um dos poucos mantos tupinambá que sobreviveram ao tempo. Reprodução: Flipar
Depois de mais de 300 anos no exílio, o artefato retornou à sua origem. Após o anúncio de devolução feito pela Dinamarca, em julho, o manto foi oficialmente apresentado em cerimônia no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reprodução: Flipar
Um grupo de duzentos Tupinambás acampou ao lado de fora do prédio, com tambores e todas as honras para ver o precioso manto e se reconectar com suas antigas tradições. Agora, o manto fará parte do acervo do novo Museu Nacional, destruído por um incêndio em 2018, e que deve ser reaberto em 2025. Reprodução: Flipar
O retorno do manto ao Brasil repercutiu em todo o mundo. O evento também foi para reconhecer os povos indígenas, suas terras e seus direitos. Reprodução: Flipar
Manto Tupinambá é uma vestimenta sagrada, utilizada em rituais e composta por penas de aves nativas. A preservação do território e de sua natureza garante que a colheita das penas seja feita de forma respeitosa . Reprodução: Flipar
A indumentária emplumada representa para o povo Tupinambá uma confluência entre a dimensão espiritual (os Encantados e os antepassados), o meio ambiente, a economia e a agroecologia e a transmissão de saberes. Reprodução: Flipar
O processo de confecção do Manto foi possível graças ao diálogo com os Encantados, as anciãs e toda a comunidade. Como forma de reavivamento de memórias e revitalização da cultura do povo Tupinambá. Na foto, a representação dele no carnaval carioca, pela Acadêmicos do Grande Rio. Reprodução: Flipar
Em 1500, os Tupinambás habitavam Pindorama (Terra das Palmeiras, como o Brasil era chamado na época), em uma localização próxima à Bahia, quando os europeus dominaram seu território. Reprodução: Flipar
Desde aquela época, o povo Tupinambá manifesta resistência e coragem para viver em harmonia com a terra que abriga sua história e ancestralidade. Mesmo diante de todos os desmandos europeus nos séculos de colonização. Reprodução: Flipar
Apenas em 2001, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) reconheceu oficialmente a existência da etnia Tupinambá. Reprodução: Flipar
O povo Tupinambá, assim como diversos outros originários, buscam a revitalização de sua cultura e a segurança de sua comunidade. Reprodução: Flipar
Os Tupinambá de Olivença vivem na região de Mata Atlântica, no sul da Bahia. Seu território situa-se ao sul da cidade de Ilhéus e se estende da costa marítima da vila de Olivença até a Serra das Trempes e a Serra do Padeiro. Reprodução: Flipar
Atualmente, a vila fica no local onde, em 1680, foi fundado por missionários jesuítas um aldeamento indígena. Desde então, os Tupinambás residem no território, nas proximidades do curso de vários rios. Entre eles, se destacam Acuípe, Pixixica, Santaninha e Una. Reprodução: Flipar

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