Começa a retirada de navios abandonados na Baía de Guanabara
Por Flipar | 17/05/2023
A expectativa é de que todas as embarcações sejam retiradas até o fim do primeiro semestre de 2023. A Baía ganhou o apelido de Cemitério de Navios por causa desse abandono, que expõe todos a risco.
Reprodução TV Globo
A colisão de um navio à deriva na Ponte Rio-Niterói, em 14/11/2022, provocou transtornos no trânsito e acendeu justamente o alerta sobre o perigo das embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. O FLIPAR mostrou na ocasião e relembra.
Reprodução de vídeo G1
A Prefeitura de Niterói (RJ) publicou um post alertando que era falsa a fotografia que passou a circular nas redes sociais mostrando a Ponte Rio-Niterói quebrada após a colisão do navio.
reprodução redes sociais
A foto mostrava uma abertura na mureta, mas a prefeitura disse que ela era antiga e já circulava desde 2014 na internet.
reprodução redes sociais
A ponte ficou totalmente fechada na segunda-feira da colisão, das 18h25 às 21h33. Motoristas que passavam pela pista se assustaram quando o navio petroleiro São Luiz se aproximou e atingiu a ponte, perto de Niterói. Segundo a Marinha, o navio estava à deriva.
Redes Sociais
Além do vento, chovia bastante. Um motorista, chamado Alexandro Bellote, estava na ponte e falou sobre a situação ao portal G1:
Reprodução TV Globo
"Começou um vento muito forte na ponte. Foi aí que eu vi o navio e achei que ele ia passar direto. Mas, pela altura, logo eu pensei que estava estranho e que não ia passar", começou.
Youtube Canal UOL
"A parte alta bateu forte na ponte. Na hora, meu telefone caiu no chão. Chegou a balançar a ponte. Balançou muito. O carro quase saiu de uma faixa e foi para a outra", completou.
Reprodução redes sociais de Alexandre Belotte
A ponte foi interditada nos dois sentidos para avaliar se havia risco para os veículos e também para viabilizar a retirada da embarcação. O trânsito só foi totalmente liberado às 10h50 de terça-feira (15/11, feriado da República).
Reprodução de redes sociais Alexandre Belotte
O trânsito ficou caótico não apenas na ponte fechada, mas em diversas partes da cidade, onde há acessos para a região.
- Reprodução Cet-Rio
Técnicos da Prefeitura do Rio de Janeiro avaliaram a estrutura e não encontraram avarias que impedissem a reabertura da ponte. Apenas pequenos danos que estavam sendo reparados.
Reprodução de vídeo G1
A embarcação foi construída em 1994, mede 244,75 metros de comprimento e 42,36 m de largura e tinha a bandeira das Bahamas. Desde 2018, ele estava sem tripulação, por falta de investimento do último comprador.
reprodução de vídeo G1
Em 2020, uma reportagem do RJTV mostrou o estado precário do navio São Luiz, que mais parecia uma sucata no mar. O casco estava com lodo, algas, mexilhões. Muita ferrugem. Estado de abandono.
reprodução TV Globo
Uma vistoria mostrou diversas partes enferrujadas no navio. Em 2019, a Cia Docas já havia emitido alerta, inclusive, sobre o mau estado da âncora, com risco de a embarcação ficar à deriva (como acabou ocorrendo).
Reprodução G1
A Marinha emitiu nota: "A destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido sem oferecer riscos à navegação", diz o texto.
"Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) foi instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente", completou a nota da Marinha.
Domínio Público
Outras embarcações estão paradas na Baía. A Marinha só aplica algum punição se exigências forem descumpridas. Uma ordem, por exemplo, é que os barcos, navios, etc, fiquem com a localização por satélite em dia.
Agência Marinha de notícias
A Ponte Rio-Niterói começou a ser construída em 1968 e foi inaugurada em 1974, durante a ditadura militar. O nome oficial dela é Presidente Costa e Silva, presidente do Brasil entre 1967 e 1969.
Domínio Público - Wikimédia Commons
A Ponte tem 13km de extensão e liga as duas cidades com quatro pistas em cada sentido.
Twitter @_ecoponte
Em seu ponto mais alto, a ponte tem 72 metros de altura. Há um pedágio no sentido de Niterói e são cerca de 150 mil veículos diariamente. Em época de feriadões, o movimento costuma aumentar.
Twitter @_ecoponte
Além da ponte, há outras duas formas de fazer o trajeto Rio-Niterói. O principal é usando as barcas. Com a ponte interditada, muitas pessoas recorreram às embarcações.
Divulgação CCR
Outra possibilidade é dar a volta por terra pela Baía de Guanabara, passando pela cidade de Magé, na Baixada Fluminense. Esse trajeto tem mais ou menos 70 km e, por isso, quase ninguém faz.