Começa a retirada de navios abandonados na Baía de Guanabara

A expectativa é de que todas as embarcações sejam retiradas até o fim do primeiro semestre de 2023. A Baía ganhou o apelido de Cemitério de Navios por causa desse abandono, que expõe todos a risco.

Reprodução TV Globo

A colisão de um navio à deriva na Ponte Rio-Niterói, em 14/11/2022, provocou transtornos no trânsito e acendeu justamente o alerta sobre o perigo das embarcações abandonadas na Baía de Guanabara. O FLIPAR mostrou na ocasião e relembra.

Reprodução de vídeo G1

A Prefeitura de Niterói (RJ) publicou um post alertando que era falsa a fotografia que passou a circular nas redes sociais mostrando a Ponte Rio-Niterói quebrada após a colisão do navio.

reprodução redes sociais

A foto mostrava uma abertura na mureta, mas a prefeitura disse que ela era antiga e já circulava desde 2014 na internet.

reprodução redes sociais

A ponte ficou totalmente fechada na segunda-feira da colisão, das 18h25 às 21h33. Motoristas que passavam pela pista se assustaram quando o navio petroleiro São Luiz se aproximou e atingiu a ponte, perto de Niterói. Segundo a Marinha, o navio estava à deriva.

Redes Sociais

Além do vento, chovia bastante. Um motorista, chamado Alexandro Bellote, estava na ponte e falou sobre a situação ao portal G1:

Reprodução TV Globo

"Começou um vento muito forte na ponte. Foi aí que eu vi o navio e achei que ele ia passar direto. Mas, pela altura, logo eu pensei que estava estranho e que não ia passar", começou.

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"A parte alta bateu forte na ponte. Na hora, meu telefone caiu no chão. Chegou a balançar a ponte. Balançou muito. O carro quase saiu de uma faixa e foi para a outra", completou. 

Reprodução redes sociais de Alexandre Belotte

A ponte foi interditada nos dois sentidos para avaliar se havia risco para os veículos e também para viabilizar a retirada da embarcação. O trânsito só foi totalmente liberado às 10h50 de terça-feira (15/11, feriado da República).

Reprodução de redes sociais Alexandre Belotte

O trânsito ficou caótico não apenas na ponte fechada, mas em diversas partes da cidade, onde há acessos para a região.

- Reprodução Cet-Rio

Técnicos da Prefeitura do Rio de Janeiro avaliaram a estrutura e não encontraram avarias que impedissem a reabertura da ponte. Apenas pequenos danos que estavam sendo reparados.

Reprodução de vídeo G1

A embarcação foi construída em 1994, mede 244,75 metros de comprimento e 42,36 m de largura e tinha a bandeira das Bahamas. Desde 2018, ele estava sem tripulação, por falta de investimento do último comprador.

reprodução de vídeo G1

Em 2020, uma reportagem do RJTV mostrou o estado precário do navio São Luiz, que mais parecia uma sucata no mar. O casco estava com lodo, algas, mexilhões. Muita ferrugem. Estado de abandono.

reprodução TV Globo

Uma vistoria mostrou diversas partes enferrujadas no navio. Em 2019, a Cia Docas já havia emitido alerta, inclusive, sobre o mau estado da âncora, com risco de a embarcação ficar à deriva (como acabou ocorrendo).

Reprodução G1

A Marinha emitiu nota: "A destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido sem oferecer riscos à navegação", diz o texto.

"Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) foi instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente", completou a nota da Marinha.

Domínio Público

Outras embarcações estão paradas na Baía. A Marinha só aplica algum punição se exigências forem descumpridas. Uma ordem, por exemplo, é que os barcos, navios, etc, fiquem com a localização por satélite em dia.

Agência Marinha de notícias

A Ponte Rio-Niterói começou a ser construída em 1968 e foi inaugurada em 1974, durante a ditadura militar. O nome oficial dela é Presidente Costa e Silva, presidente do Brasil entre 1967 e 1969.

Domínio Público - Wikimédia Commons

A Ponte tem 13km de extensão e liga as duas cidades com quatro pistas em cada sentido.

Twitter @_ecoponte

Em seu ponto mais alto, a ponte tem 72 metros de altura. Há um pedágio no sentido de Niterói e são cerca de 150 mil veículos diariamente. Em época de feriadões, o movimento costuma aumentar.

Twitter @_ecoponte

Além da ponte, há outras duas formas de fazer o trajeto Rio-Niterói. O principal é usando as barcas. Com a ponte interditada, muitas pessoas recorreram às embarcações.

Divulgação CCR

Outra possibilidade é dar a volta por terra pela Baía de Guanabara, passando pela cidade de Magé, na Baixada Fluminense. Esse trajeto tem mais ou menos 70 km e, por isso, quase ninguém faz.

Site Mapas do Rio de Janeiro