Brasileira é julgada e pode ser fuzilada por tráfico de drogas na Indonésia

Manuela foi presa no dia 31 de dezembro de 2022, ao desembarcar no aeroporto de Bali, um dos maiores do país asiático. Ela foi pega com cerca de 3 quilos da droga.

Divulgação / Depto. Policia da Indonesia

A situação de Manuela, porém, só foi divulgada no final de janeiro. Ela foi indiciada por tráfico de drogas. Em caso de condenação, pode pegar prisão perpétua ou até mesmo pena de morte, conforme as leis do país.

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No final de março, o julgamento foi marcado para 4 de abril. O advogado de Manuela garante que a jovem não sabia que estava transportando drogas. Ela está presa preventivamente em uma delegacia de Bali.

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O advogado diz que Manuela foi enganada por uma organização criminosa, que lhe prometeu férias na Indonésia, além de aulas de surfe de graça. Ela embarcou em Florianópolis. O advogado diz que ela é "mula", ou seja, levou drogas sem saber. A defesa reforça que ela foi coagida a levar as drogas.

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"A Manuela não é uma narcotraficante, ela não ostenta padrão de vida elevado, é mais uma vítima de organização criminosa. A família tenta fazer uma campanha, para levantar dinheiro para pagar um advogado especialista na Indonésia.", comentou o advogado, Davi Lira da Silva.

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"A família está desesperada, mas tem esperança que ela não pegue pena capital, que seja demonstrado que ela foi usada pela organização criminosa", acrescentou o profissional que defende Manuela.

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"Ela foi aliciada por uma organização criminosa de Santa Catarina. De início, foi convidada a levar algo para a Indonésia. Perguntaram se ela tinha passaporte e perguntaram 'não quer levar um negócio para mim'? Prometeram um mês de férias na Indonésia, não falaram o conteúdo do que ela ia levar", disse.

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"Pensou em desistir, mas as pessoas forçaram. 'Não pode não ir, a gente já gastou R$ 16 mil, R$ 20 mil, agora tem que ir ou então tem que devolver o dinheiro para a gente'. Foi constrangida a viajar", concluiu Silva.

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Manuela tem 19 anos e trabalha como autônoma, vendendo lingerie e perfumes. Ela se divide entre Santa Catarina, onde mora a mãe dela, e o Pará, onde o pai reside.

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Manuela conseguiu contato com a família através da Embaixada brasileira, além de outro profissional, que a acompanha na Indonésia. O Brasil tem histórico de pedir que pessoas na situação de Manuela voltem para o país, mas os indonésios são muito rígidos com isso.

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Para eles, é expressamente proibido usar ou portar drogas. Você é o responsável pelo que carrega, segundo o governo local. Caso seja coagido, tem que procurar a Polícia e jamais deixem que mexam nas suas coisas.

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"O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Jacarta, tem conhecimento do caso e vem prestando a assistência consular cabível à nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local", destacou o órgão, através de nota oficial.

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Um dia após a prisão de Manuela, a Indonésia prendeu outro brasileiro, identificado como G.P.S. Ele saiu do Rio de Janeiro e foi pego na cidade de Jacarta, capital do país. O homem entrou na Ásia com 2,3 litros de cocaína líquida armazenados em seis frascos de produtos de higiene.

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As autoridades desconfiaram do comportamento do jovem, que parecia inquieto. Num primeiro momento, os testes deram negativo, mas depois foi constatado que ele levava drogas. Ele afirmou que sabia que levava cocaína, sendo contratado por uma quadrilha internacional.

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Em julho de 2022, o estudante de medicina Alberto Sampaio Gressler, então com 25 anos, foi preso na Indonésia, com 2,8 quilos de maconha. Ele, porém, conseguiu a liberação após provar que usava a droga para fins medicinais. Ele sofre de ansiedade, depressão e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.

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Em janeiro de 2015, o brasileiro Marco Archer foi executado pelo governo da Indonésia. Ele estava preso desde 2004, quando entrou no país com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. Ele estava com 53 anos.

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Já em abril do mesmo ano, a Indonésia executou o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, então com 42 anos, por fuzilamento. Ele ficou preso por 11 anos, após entrar com 6 kg de cocaína em uma prancha de surfe.

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Na ocasião, a então presidente Dilma Rousseff entrou em contato com autoridades locais, pedindo que eles não fossem executados e fossem enviados de volta para o Brasil. Mas em vão.

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No mesmo dia da execução de Rodrigo Gularte,o governo da Indonésia executou outras oito pessoas, mas de nacionalidades diferentes. A defesa dele alegou que ele era esquizofrênico. Exames foram feitos para comprovar a tese, mas o resultado não foi divulgado.

Agência Brasil