A Superintendência do Mar , da Itália , encontrou restos de um navio que pode ter naufragado há dois mil anos, na costa da Sicília . Encontrado com a carga intacta, a descoberta pode dar pistas de rotas comerciais do passado.
Os pesquisadores encontraram 40 ânforas (espécie de vaso antigo) nos escombros da embarcação, no fundo do mar. Segundo a superintendência, muitas delas ainda estão "perfeitamente alinhadas na posição original de armazenamento do navio".
As indicações sugerem que é possível que o resto da embarcação esteja intacta, mas tenha sido coberta pelos sedimentos acumulados ao longo dos anos, como se estivesse enterrado. Os especialistas sugerem que o naufrágio tenha ocorrido entre o final do século I a.C. e o início da era Augusta (31 a.C a 14 d.C.).
As ânforas permitem entender as rotas comerciais, uma vez que o recipiente de cerâmica era utilizado no transporte de mercadorias. Os que foram encontrados no fundo do mar são do tipo "Richborough 527", que já foi identificado no sítio arqueológico de Richborough, em Kent, na Inglaterra. O mesmo tipo também já foi identificado na década de 1990, na ilha de Lipari, na Itália.
Ânforas
O recipiente era usado desde o período neolítico até a Idade Média. Eram as embalagens fabricadas para serem usadas uma única vez da Antiguidade. Com capacidades de cinco a 80 litros, era possível transportar diversos produtos nas ânforas, como azeite, vinho, cereais e vegetais.
A peça perdia o valor após a utilização, criando “lixões” de ânforas. um dos locais de descartes alcançou 40 metros de altura e ainda existe: o Monte Testácio, em Roma. Embora hoje esteja coberto de vegetação, calcula-se que sob sua superfície encontrem-se ainda cerca de 50 milhões de restos de antigas ânforas.
Os pesquisadores procuram saber se as ânforas são do mesmo tipo das encontradas em Lipari. As ânforas são protegidas por lei. encontradas até hoje nos mares da Itália, Grécia, Espanha e Turquia, quem as achar deve comunicar às autoridades locais.
Achado por pescadores
O local, que era monitorado desde 2022. Dois pescadores italianos encontraram os objetos no fundo do mar, a 70 metros de profundidade. Os pesquisadores, que monitoravam a área desde 2022, usaram fotogrametria 3D para coletar mais informações sobre a descoberta.
As pesquisas ainda vão demorar a serem concluídas, e todo o material deverá passar por análises laboratoriais, como fragmentos de cerâmica e até os sedimentos, para determinar com mais precisão a cronologia e a origem da carga.
** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.