Em busca do amor, indianos solitários começaram a usar uma nova técnica de paquera: ligar para números desconhecidos na esperança de encontrar a pessoa certa. Apelidados de “Romeus do telefone”, os homens estão espalhados pela Índia e Bangladesh.
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De acordo com antologista da Escola de Economia de Londres, Julia Qermezi Huang, indianos recorrem à paquera por telefone para explorar o desconhecido. “É uma coisa nova. É secreto, arriscado, uma forma de experimentar com o mundo exterior ao qual eles não têm muito acesso”.
O departamento de polícia da cidade de Lucknow, capital do estado Uttar Pradesh, estabeleceu uma linha de telefone específica para atender a reclamações de vítimas que receberam ligações desses "apaixonados". Eles atendem 700 pessoas diariamente.
Premsagar Tiwari, um homem de 24 anos, foi preso com oito chips de celular em sua posse e fazia mais de 500 ligações para diferentes mulheres todos os dias. Ironicamente, o nome de Tiwari se traduz literalmente do hindu para “mar de amor”.
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“Eu não tenho ninguém. A pessoa que você ama estará em algum lugar, esperando no fim da fila. É preciso chegar a ela de alguma forma e, quando você a encontra, para de procurar”, disse Tiwari aos policiais que o prenderam.
No estado de Uttar Pradesh uma gangue se especializou na venda de números de telefones de mulheres. Os preços variam de acordo com a beleza da garota: as que forem consideradas “bonitas” terão seus números vendidos por 500 rúpias (R$ 24), já telefones de garotas com “aparência comum” custam 50 rupias (R$ 2,40).
As cantadas usadas pelos “Romeus do telefone” variam desde a tradicional “posso recarregar seu celular?” até a mais ousada “eu estou falando com você, senhorita, mas meu corpo está tremendo”. Também existe uma extremamente assustadora: “eu quero fazer coisas ilegais com você”.
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Geetika Chakravarty, uma maquiadora de 24 anos, se tornou uma vítima depois de publicar seu telefone na página do Facebook de um salão de beleza. Ela recebeu tantas ligações de estranhos que precisou bloquear 200 números diferentes.
A jovem não entende o método de paquera dos indianos. “Eu não sei no que eles estão pensando. Às vezes, ligam e dizem ‘eu te amo’, outras vezes, pedem para falar com a Sonia e quando eu digo que não sou a Sonia eles respondem ‘ok, posso falar com você então? ’”.