Haiti vivia momento de desenvolvimento antes do tremor, diz comandante brasileiro
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Apesar de acreditar que a tragédia leva o país a uma condição muito anterior à que se encontrava, o comandante afirmou que não vai permitir que a violência aumente.
Não espero e não admito decréscimo na segurança, afirmou. Eventos isolados acontecem e acontecerão, não só aqui, mas em qualquer lugar onde haja uma tragédia como essa, Mas temos capacidade para agir de acordo com as normas da ONU.
Segundo Peixoto, caso seja necessário, é possível deslocar para Porto Príncipe as tropas uruguaias e argentinas que estão em outras partes do Haiti. Vamos intensificar (o trabalho), prevenir e, se preciso for, reprimir (atos violentos), informou.
Vicente Seda |
Floriano Peixoto concede entrevista em Porto Príncipe |
Para o brasileiro, o Haiti também sofreu um retrocesso institucional. A infraestrutura do governo foi abalada de forma muito radical e a ONU também teve a sua estrutura comprometida, afirmou, informando que entre os 17 países que atuam na missão de paz da ONU, o Brasil foi o que perdeu mais militares. Dos 17 homens que morreram sob seu comando, 14 eram brasileiros. Há ainda sete desaparecidos e quatro feridos, em um efetivo de sete mil homens.
Logo após a entrevista, um momento de tensão. A reportagem do iG presenciou uma áspera discussão por telefone, na qual o general refutou com veemência a presença do comandante anterior, o também brasileiro general Santos Cruz, que deixou o cargo em abril de 2009.
Não ficou claro, contudo, de onde veio essa orientação ou qual seria o objetivo da presença do ex-comandante no Haiti. Peço uma revisão desta medida, tenho plenas condições de exercer o comando e isso traria um aspecto muito negativo, disse o general na conversa por telefone.
Estados Unidos
O comandante afirmou que a atuação brasileira no Haiti terá como prioridade manter a segurança do país, enquanto as tropas americanas ficarão focadas na ajuda humanitária.
Questionado sobre a atuação dos Estados Unidos no controle do aeroporto haitiano, o comandante brasileiro preferiu não fazer comentários. Segundo ele, trata-se de um acordo entre os governos do Haiti e dos EUA.
Devido à dificuldade de pouso, a chegada do hospital de campanha brasileiro ao Haiti foi adiada em 24 horas. De acordo com o general, o atraso foi causado pelo enorme fluxo de aeronaves que chegam com efetivos militares e ajuda humanitária desde o dia da tragédia.
Peixoto afirmou, ainda, que a questão das eleições legislativas, previstas para fevereiro, ainda não entraram na pauta de discussões, o que deve ocorrer apenas nas próximas semanas. A questão da eleição será discutida, mas agora a prioridade é resgate, segurança e atendimento à população.
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