Chuva intensa precipitou uma enxurrada de água e barro sobre Leh
Uma enxurrada de água deixou nesta sexta-feira pelo menos 115 mortos na cidade turística indiana de Leh e em seus arredores.
Uma chuva intensa que caiu por volta de meia-noite sobre a localidade de Choglamsar precipitou um corrente de água e barro sobre Leh, situada numa parte mais baixa, onde casas, prédios do governo, acampamentos militares e infraestruturas foram destroçados.
"Em Leh, estima-se que possa haver quase mil vítimas entre mortos e feridos", disse à Agência Efe por telefone o oficial do distrito de Kargil (vizinho do de Leh), Mohammad Hussain.
Dezenas de pessoas e equipamentos de resgate eram utilizados já de manhã para escavar com ajuda de maquinaria pesada várias áreas cobertas pelo barro, segundo podia ser observado em imagens transmitidas pelo canal "NDTV".
O primeiro-ministro da Caxemira, Omar Abdullah, visitou nesta sexta-feira a região afetada, e o chefe do governo indiano, Manmohan Singh, prometeu cem mil rúpias (cerca de US$ 2.150) para as famílias das vítimas. O ministro de Saúde indiano, Ghulam Nabi Azad, disse que a "situação exata" só poderá ser conhecida a partir desta noite, quando pode começar a funcionar de novo a rede de telecomunicações. Segundo suas palavras, citadas por Ians, essa foi a pior tragédia na Caxemira "em centenas de anos".
A Caxemira é uma região histórica em disputa entre Índia e Paquistão, embora Leh seja um lugar habitualmente tranquilo onde os sinais de conflito pouco chegam. Nas últimas semanas, a cidade, de maioria budista, permaneceu alheia à agitação civil que vive o vizinho vale da Caxemira, de maioria muçulmana, onde dezenas de pessoas morreram em confrontos contra a polícia desde meados de junho.
Apesar da distância das principais vias de comunicação e seu entorno conflituoso, milhares de montanhistas, aventureiros e amantes do budismo visitam a cada ano Leh e seus arredores. A catástrofe aconteceu durante a alta temporada de turismo.