Berlim homenageia jornalista que ajudou a derrubar o muro
Ehrman, que vive em Madri desde que se aposentou, era correspondente da agência italiana "Ansa" na República Democrática Alemã (RDA) há dez anos, quando começou a revolução pacífica que levou à queda do Muro e à reunificação alemã.
Em 9 de novembro de 1989, Ehrman estava na coletiva de imprensa dada pelo então ministro da propaganda e membro do Politburo, Günter Schabowski, retransmitida ao vivo pela televisão da RDA.
Ao responder a uma pergunta do jornalismo italiano, o ministro anunciou que os cidadãos poderiam sair do país sem passaporte.
Ehrman quis saber se a medida era válida também para as fronteiras ocidentais e a partir de quando entrava em vigor.
E Schabowski confirmou que a medida se aplicava também às fronteiras do Ocidente.
Na verdade, o Politburo tinha previsto abrir as fronteiras de forma ordenada a partir do dia seguinte, mas os cidadãos da RDA entenderam que o muro estava aberto e se apresentaram em massa na fronteira.
Testemunhas contaram depois que os soldados não tinham ordem de deixar as pessoas passar e que poderia ter acontecido um banho de sangue.
O jornalista italiano, agora com 78 anos, disse à Agência Efe que entendeu "em seguida a transcendência histórica" de sua pergunta.
Ele agradeceu a homenagem e a oportunidade de ter "podido fazer algo" na história da Alemanha, um país que lhe fascina, mesmo sendo judeu.
"Não acho que os filhos devam pagar pelos pecados dos pais, e a Alemanha de hoje não tem nada a ver".
A condecoração foi entregue pelo presidente do Parlamento Europeu, o alemão Hans Gert Pöttering, em ocasião do Dia da Unificação Alemã. EFE dm/rb/rr